• Por que região entre a Amazônia e os Andes é tão rica em espécies? Estudo busca a resposta

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  • 25/abr 17:29
    Por Ramana Rech / Estadão

    Um estudo coordenado por um pesquisador da Universidade de Tel Aviv, em Israel, com a participação de vários cientistas do mundo, incluindo a Universidade de São Paulo (USP) estudou algumas das regiões do planeta com a maior biodiversidade do mundo.

    Uma das áreas com maior riqueza é a Bacia Amazônica – na região dos Andes – e o nordeste da floresta tropical. Os Grandes Lagos Africanos e boa parte do Sudeste da Ásia também aparecem como regiões com alta diversidade de espécies.

    Os resultados foram publicados na revista científica Zoological Society of London em dezembro do ano passado.

    No caso do Andes, a riqueza de animais foi propiciada pelas diferenças de altitude, que obriga as espécies a desenvolverem múltiplos tipos de características para sua sobrevivência.

    O relevo acidentado, somado à expressiva diversidade amazônica, propiciou um ambiente único de riqueza de espécies, afirma Márcio Martins, professor do Instituto de Biociência da USP e um dos autores do estudo. “No Brasil, a diversidade mais alta de anfíbios é na Serra do Divisor, no Acre, que está a 200 km da Cordilheira dos Andes”, exemplifica.

    A mesma biodiversidade, no entanto, não foi encontrada nas áreas com altitude superior a 4 mil metros do Andes, já que o frio dificulta a sobrevivência dos animais.

    Chuva e disponibilidade de alimentos explicam variações

    Lugares com maior volume de chuva costumam ter maior diversidade de espécie de mamíferos e aves. Eles fazem parte do grupos dos animais endotérmicos, por isso, mantêm a temperatura corporal com o calor gerado pelo próprio corpo. Dessa forma, esses animais conseguem viver tanto em lugares quentes quanto frios.

    Por outro lado, como produzem calor o tempo todo, precisam de comida de forma contínua e em alta quantidade para sobreviver. E a chuva traz impactos significativos na disponibilidade de alimentos.

    Mesmo sem capacidade de produzir calor pelo próprio corpo, já que são ectotérmicos (animais de “sangue frio”), os anfíbios tiveram a maior correlação com a presença de precipitações. Eles dependem de água e umidade para realizar atividades e processos fisiológicos essenciais para sua existência.

    De todos os tetrápodes, o único em que a relação de diversidade de espécies e chuva não foi registrada foi a dos répteis. Esse grupo também é ectotérmico, ou seja, tem maior vulnerabilidade às temperaturas do ambiente. Eles conseguem, porém, viver em condições de seca.

    “Os répteis têm o corpo coberto de escamas, não perdem água para o ar”, explica o professor a USP. Por isso, de acordo com ele, os répteis são bastante presentes na Austrália, onda há grandes desertos.

    Leia o estudo completo na revista Zoological Society of London.

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