• Mesmo após graves denúncias, Cemitério do Centro não recebe melhorias

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  • 04/08/2021 05:00
    Por Luana Motta

    Desde maio deste ano, a Tribuna vem denunciando a má administração do Cemitério Municipal do Centro. Na última semana, familiares que foram ao local sepultar um familiar gravaram novos vídeos mostrando a situação de desrespeito e humilhação. Os problemas se tornaram uma bola de neve: os frequentes furtos de objetos de valor nos jazigos, a falta de espaço para sepultamentos e a precariedade do local onde são feitas as covas rasas. Em um ano em que as pessoas perderam tanto, e nem se quer conseguiram se despedir de amigos e familiares que morreram em decorrência da covid-19, ir até o cemitério para prestar homenagens se tornou motivo de constrangimento e revolta.

    No último dia 24 de julho, uma moradora da cidade que pediu para não ser identificada, se surpreendeu com o local onde o seu pai iria ser sepultado. No alto da montanha, onde já não há mais espaço para novas campas foi aberta uma clareira dentro da mata. Sem qualquer planejamento as covas são abertas a beira do barranco e as placas de identificação se confundem no meio do barro e mato.

    Em um vídeo gravado pela família, um dos filhos remonta o trajeto que foi feito até a cova onde seu pai foi enterrado no dia 24. Para chegar até lá é preciso passar por cima de várias sepulturas, algumas recém cobertas, ou já com as placas de identificação caídas. “A gente entende que com a pandemia o número de mortes aumentou muito. Mas estamos no segundo ano, já era para a prefeitura ter se planejado. Não tem justificativa a gente ter que passar por cima de outras campas para enterrar nosso pai”, disse a moradora.

    Em maio, quando a equipe da Tribuna esteve no cemitério dias após viralizar um vídeo que mostrava ossada desenterrada e espalhada entre os túmulos, a situação das covas já estava crítica. Dois meses depois nenhuma melhoria foi efetivamente realizada. “A primeira chuva forte que tiver vai arrastar aquelas campas, é muita falta de respeito, humanidade e carinho com a população”, disse a moradora.

    A Prefeitura afirma que as covas rasas na parte mais alta, “já existiam e seguem sendo utilizadas”, mas o cenário não condiz com o que a equipe da Tribuna presenciou em maio e com o que a família presenciou no sepultamento do último dia 24. São covas novas que estão sendo feitas dentro da mata na parte alta do cemitério, de maio até agora a clareira aberta pelos funcionários está ainda maior, o que agravou ainda mais a situação

    Edital de concessão do Cemitério será lançado em até 30 dias

    Os últimos anos de descaso com o cemitério deixaram uma grande pendência em obras que precisam ser feitas para recuperar espaço, essa desordem e abandono vai ficar na conta da empresa que vencer a licitação para administrá-lo. Até lá, não há previsão de intervenção emergencial. O que a Prefeitura informou que está fazendo no momento é a criação de 160 vagas, destas 136 estão prontas. Mas a Prefeitura não informou que tipo de vagas são estas criadas.

    Em relação a licitação para concessão da administração do espaço, a Prefeitura informou que já aprovou a lei prevendo a concessão do espaço e o edital foi concluído. A expectativa é que seja lançado em até 30 dias. Sobre os frequentes furtos e violação dos jazigos, como também foi noticiado pela Tribuna em maio, a Prefeitura informou que “todas as medidas legais e cabíveis foram tomadas. Além disso, a SSOP intensificou o patrulhamento das equipes da Guarda Civil na Rua Fabrício de Matos e adjacências. O município ainda solicitou apoio da Polícia Militar. As ocorrências foram registradas junto à Polícia Civil”.

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