• Lotação em hospitais dos municípios vizinhos pode sobrecarregar Petrópolis

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  • 02/03/2021 19:45
    Por Luana Motta

    Em todo o país, municípios voltaram a adotar medidas de restrição por conta da pandemia do novo Coronavírus. Isso porque a taxa de ocupação dos leitos para pacientes com covid-19 disparou em muitos estados. O governador em exercício Cláudio Castro descarta a opção de lockdown para o Rio de Janeiro, mas alguns municípios já estão com fila de espera por leitos. Cidades vizinhas de Petrópolis, como Teresópolis e Três Rios, registraram 100% de ocupação dos leitos de UTI covid-19 nesta semana. E Teresópolis já anunciou que vai adotar novamente medidas restritivas, como a circulação por rodízio de CPF em estabelecimentos comerciais.

    Desde o dia 13 de janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde assumiu a regulação dos leitos de enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para paciente com covid-19 em todo o estado. Os dados apresentados no painel de monitoramento da SES mostra diariamente a taxa de ocupação e a fila de espera por leitos nos 92 municípios. Os dados são alimentados diariamente pelas secretarias de saúde de cada município, mostrando ser um forte termômetro de avaliação sobre a circulação do vírus em cada cidade.

    Dados de Petrópolis estão desatualizados no painel estadual

    Os dados sobre Petrópolis estão desatualizados no Painel Coronavírus da SES desde o dia 22 de fevereiro, quando tinha 40% dos leitos de enfermaria e 67% dos leitos de UTI ocupados. Em Areal, a taxa de ocupação nos leitos de enfermaria estava em 40% nesta segunda-feira (1º), e não há informações sobre os leitos de UTI. São José do Vale do Rio Preto tinha no dia 22 de fevereiro seus 10 leitos de enfermaria disponíveis. Magé está com 33% dos leitos de enfermaria ocupados nesta terça-feira, e não há informações sobre leitos de UTI.

    Os percentuais mais preocupantes são dos municípios de Teresópolis, que está com seus 23 leitos de UTI ocupados e tem apenas um leito de enfermaria disponível; e Três Rios, com todos os leitos ocupados na segunda-feira.

    Com a regulação por conta do Governo do Estado, a tentativa de priorizar pacientes moradores de cada município diminuiu. Essa pode ser uma solução para garantir o atendimento democrático de todos os pacientes que precisam, mas, por outro lado, gera uma demanda inesperada em municípios vizinhos que podem levar o sistema de saúde ao colapso.

    De acordo com os dados do Painel Covid-19 disponibilizado pela Secretaria Municipal de Petrópolis, nesta terça-feira, a ocupação dos leitos clínicos pelo SUS é de 67,27% e dos leitos de UTI é de 61,54%. Essa taxa tem se mantido em cerca de 60% já há algumas semanas. Mas a preocupação com a elevação do número de internações pode ser refletida em números: dos 58 pacientes internados em leitos de UTI do SUS, 17 são de fora do município. Já o número total de internações incluindo as da rede particular, há 162 pessoas internadas, sendo 94 em leitos de UTI.

    Petrópolis ainda mantém todas as flexibilizações que foram adotadas desde o ano passado. Mas municípios vizinhos, a beira de um colapso, já começaram a retroceder. Teresópolis, por exemplo, anunciou nesta terça-feira que vai regredir às medidas de flexibilização. Até o dia 16 de março, volta a ser adotado o acesso aos espaços de acordo com o dígito do CPF. A medida vale para acesso em estabelecimentos comerciais e de serviços, não para a circulação nas ruas. Os estabelecimentos comerciais podem funcionaram de 10h às 19h, mas após as 23h apenas serviços essenciais. Segundo o prefeito de Teresópolis, Vinícius Claussen, as medidas temporárias são um esforço coletivo para que a cidade não precise entrar em lockdown.

    Os municípios de Areal e Três Rios também estão tomando novas medidas para evitar nova onda de contaminação pelo coronavírus, regulando o funcionamento de estabelecimentos e higienização dos espaços. Em Três Rios, o retorno às aulas não foi flexibilizado e os templos religiosos estão proibidos de promoverem encontros.

    A Tribuna questionou a SMS se a mudança na regulação trouxe algum impacto para o atendimento à covid-19, e aguarda resposta.

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