CPTrans vai recontratar ‘verdinhos’ do emergencial por meio de recibo autônomo para trabalhar na Bauernfest
Contratação emergencial era justificada pelo estado de calamidade, agora, CPTrans alega demanda pela realização da festa
Na manhã desta terça-feira, após o novo diretor-presidente da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), Fernando Badia, dizer que vai contratar 39 operadores de trânsito para trabalhar durante a Bauernfest, interessados nas vagas foram até à Companhia em busca de mais informações e deram com a cara na porta. No local, os funcionários disseram que não havia informações sobre contratações. Após questionamento da Tribuna, a Companhia disse que vai recontratar os profissionais que trabalhavam para a Via Rio – empresa que está sendo investigada pelo Ministério Público e Polícia Civil – por meio de recibo de pagamento autônomo (RPA).
Em material enviado à imprensa nesta segunda (15), o diretor-presidente disse que o contrato com a Via Rio não será renovado, mas devido à Festa do Colono Alemão é necessária mais mão de obra no trânsito. “O contrato com a Via Rio terminou e não será renovado. Como estamos em meio a Bauernfest, que gera uma grande demanda no tráfego da cidade, vamos contratar, a partir de terça-feira, os controladores de trânsito por meio do Regime de Pagamento Autônomo, garantindo o apoio ao trânsito durante o evento”, disse Badia.
Mas cabe ressaltar que a contratação de mais controladores de trânsito para operar na cidade foi feita emergencialmente sendo justificada pelo estado de calamidade pública que a cidade enfrenta desde fevereiro deste ano, e não em razão da festa do colono alemão como a CPTrans justifica agora. A Companhia disse à Tribuna que “com o fim do contrato com a Via Rio, a intenção é recontratar os profissionais por meio de RPA no período da Bauernfest, até o dia 28 de agosto”.
Em 2019, a Justiça proibiu as secretarias de Educação e de Assistência Social a fazerem contratação por RPA, a justificativa era de que os tais cargos são uma brecha para o favorecimento pessoal ou político na contratação de cargos públicos. A justificativa é o mesmo caso que é apontado na investigação conduzida pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e Polícia Civil, na Operação Clean, que apura se houve favorecimento pessoal ou político ao diretor-presidente afastado Jamil Sabrá na contratação de 40 cargos para a CPTrans.
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Nesta segunda-feira, o prefeito Rubens Bomtempo determinou que seja aberta uma sindicância para apurar os contratos de prestação de serviços de apoio ao trânsito. De acordo com a Prefeitura, a comissão, formada por servidores concursados, vai investigar as contratações feitas pela Companhia e as empresas prestadoras de serviço em apoio ao trânsito. A relação será entregue ao Conselho Administrativo da CPTrans.
Um dos responsáveis pela apuração dos contratos tem ligação com a família Sabrá
Como mostrou a coluna Les Partisans, desta terça-feira, um dos membros do Conselho Administrativo da CPTrans é Bernardo Santoro, presidente do Instituto Metrópole, do Governo do Estado. Santoro é presidente do PSC, partido pelo qual Jamil Sabrá disputou a eleição para prefeito em 2020.
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Além disso, Bernardo Sabrá, irmão do Jamil, que é um dos investigados no esquema, foi exonerado do cargo de assessor executivo do Instituto Metrópole, na última sexta-feira, após deflagrada a Operação Clean. A exoneração foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Estado no mesmo dia.