• ‘Pix da CPTrans’: investigação aponta que empregada da casa de Jamil era paga por terceirizada

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  • 12/08/2022 14:37
    Por Redação/ Tribuna de Petrópolis

    A Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e Promotoria de Investigação Penal de Petrópolis e Polícia Civil investigam transferências bancárias feitas pela empresa Via Rio, contratada emergencialmente pela Companhia Petropolitana de Trânsito e Transporte (CPTrans), aos funcionários que trabalham na casa do diretor-presidente afastado Jamil Sabrá Neto. De acordo com o promotor de Justiça, Celso Quintella, que apura o caso, a empresa fazia pagamentos para terceiros, entre eles, a funcionária particular de Jamil. 

    A investigação aponta que no dia 17 de fevereiro, apenas dois dias após a tragédia, Jamil encerrou o contrato com a empresa Green Coast Inovações em Serviço Ltda, que foi vencedora de uma licitação realizada em 2020, e que teve o contrato renovado em 2021 até maio deste ano.  No entanto, como aponta a investigação, o encerramento do contrato aconteceu antes do prazo para que fosse feito um contrato emergencial com a empresa Via Rio. De acordo com a promotoria, o valor pago à empresa emergencial é o dobro do que vinha sendo pago anteriormente.

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    “A empresa (Green Coast) cobrava R$ 10 a hora/homem, e ela vinha sendo constrangida pela CPTrans. Os diretores da empresa eram constrangidos a fazer pagamentos a terceiros para o Jamil Sabrá, que estava pagando a empregada. Tem provas disso, Pix para a empregada, pessoas da relação dele”, explica o promotor de Justiça Celso Quintella, que também investiga os pagamentos a terceiros feito pela empresa Via Rio.  

    De acordo com a promotoria, assim que assumiu o cargo de diretor-presidente da Companhia, Jamil constrangeu a empresa Green Coast a fazer a demissão de 40 funcionários para que fossem nomeadas pessoas de sua escolha. “Além disso, essa empresa foi constrangida, porque não tem previsão contratual e nem legal sobre isso, a demitir 40 dos seus funcionários, e substituir por pessoas indicadas pela CPTrans. Não se sabe se é agrado político ou rachadinha”, disse o promotor. Todas as informações estão sendo apuradas dentro da investigação.

    Como a Tribuna mostrou com exclusividade há algumas semanas, em maio, a CPTrans firmou um contrato com a empresa Via Rio no valor de R$ 223.241,00 mensais, pela contratação de 25 controladores de trânsito. O contrato foi prorrogado até agosto, totalizando R$ 669.723. 

    Um levantamento feito pela Tribuna aponta que, se o recurso fosse destinado à empresa contratada emergencialmente apenas para o pagamento dos 25 profissionais, cada operador de trânsito receberia R$ 8.929 por mês. O valor chega a ser superior à remuneração de funcionários de alto escalão da Companhia. O diretor técnico operacional tem na folha de pagamento a remuneração base de R$ 7.367,32, por exemplo. 

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    Os pagamentos da CPTrans via PIX também foram mostrados pela coluna Les Partisans há algumas semanas. 

    “Houve a tragédia, e dois dias depois começou o processo para contratação com uma outra empresa. Contrataram uma outra empresa (Via Rio) que está cobrando R$ 20 a hora/homem. Ou seja, o contribuinte petropolitano, o cidadão petropolitano, está pagando o dobro, sem nenhuma razão plausível para isso. Nós estamos investigando, isso está dentro das ações”, disse o  promotor. 

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    A equipe da Tribuna está tentando contato com a defesa de Jamil Sabrá e aguarda retorno.

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