Estagiários da Secretaria de Educação de Petrópolis voltaram a relatar atrasos nos pagamentos das passagens e dos salários, que segundo o contrato, deveriam ser depositados no quinto dia útil do mês. O atraso vem sendo relatado pelos estudantes desde o ano passado e diante do caso recorrente, anunciaram greve a partir da próxima segunda-feira (19), até a normalização dos pagamentos.
Em resposta à equipe da Tribuna, a Prefeitura informou que os repasses foram realizados nesta sexta-feira (16). No entanto, os estagiários não tinham recebido os pagamentos até a publicação da matéria. Questionado sobre o motivo dos atrasos, o Governo Municipal não respondeu.
A equipe de reportagem também apurou que o atraso salarial se estende aos contratados por RPA.
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“Estamos com a bolsa atrasada e sem previsão para receber. Dependemos desse dinheiro, em muitos casos, para pagar a faculdade e, em outros, o dinheiro é usado até para o sustento. E até agora, nem a nossa passagem disponibilizaram”, contou uma estagiária que não quis se identificar.
Outra estagiária relata que os estudantes precisam bancar o dinheiro da passagem. “Não é a primeira vez. Muito pelo contrário, esse descaso acontece com a gente há muito tempo. Ainda não recebemos e estamos tendo que tirar do nosso próprio bolso para ir trabalhar com o salário atrasado, porque nem a passagem eles se preocupam. É um descaso enorme”, relatou.
Segundo informações passadas a uma estagiária, o pagamento estaria previsto para ocorrer somente na segunda-feira (19).
“Como estagiário, o que nos é passado pelos diretores das instituições é que a Prefeitura não faz o repasse do pagamento na data adequada”, contou uma estudante.
Atrasos são recorrentes
Desde o ano passado, a Tribuna vem relatando os problemas enfrentados pelos estudantes. Em alguns casos, eles precisam faltar o trabalho, por não terem dinheiro para a locomoção.
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Em alguns dos relatos já feitos pelos estagiários, muitos deles ficaram até dois meses sem receber os pagamentos. Em outros casos, além da falta de dinheiro para a locomoção, também não há dinheiro paga arcar com as despesas de casa.
“Estamos à deriva. A Prefeitura não nos respeita enquanto profissionais. Saímos das nossas casas todos os dias pela manhã ou tarde, nos dedicamos, nos doamos a cada criança que precisa de nós, e diga-se de passagem, não são poucas. Gritamos a todo tempo e ninguém escuta”, desabafou uma estudante.