• Após denúncia de risco de explosão, conjunto habitacional do Vicenzo Rivetti passa por vistoria

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  • 16/09/2021 13:01
    Por Janaina do Carmo

    Após denúncia de risco de explosão, o conjunto habitacional do Vicenzo Rivetti, no Carangola, passa por uma vistoria nesta quinta-feira (16). Técnicos da Defesa Civil (DC), da Secretaria de Obras e vereadores ficam a cargo da fiscalização. As informações sobre a falta de condições do condomínio foram dadas durante audiência pública na Câmara Municipal nessa semana. Na reunião, Rafael Miranda, da AJR Administração de Condomínios e Empreendimentos Ltda., empresa que fez a consultoria em gestão condominial do conjunto, garantiu que os imóveis não poderiam ser inaugurados.

    Os 776 apartamentos foram entregues em agosto de 2020 pelo então prefeito Bernardo Rossi. As obras demoraram sete anos para serem concluídas, durante todo esse tempo foram várias paralisações e mudança da empresa responsável pelos trabalhos. As unidades foram destinadas a famílias vítimas das chuvas e que estavam no cadastro do programa do Aluguel Social.

    Há meses os moradores vêm denunciando vários problemas nos imóveis, como infiltrações e irregularidades no abastecimento de água. No mês passado, oito apartamentos foram inundados depois de um vazamento da tubulação de água.

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    Na audiência, Rafael Miranda disse ainda que a empresa fez vistorias nos anos de 2018, 2019 e 2020, onde foram constatados “cheiro de gás e infiltrações e havia risco grande de explosão em todos os blocos”. Ainda segundo ele, tudo foi informado ao governo municipal e à Caixa Econômica de forma documental.

    “Os problemas no conjunto se acumulam desde a inauguração. Foram denunciadas inúmeras vezes, vários vereadores recebendo famílias e participando de vistorias há meses. Mas ninguém sabia que a administradora relatou estes problemas para o governo passado e a Caixa Econômica. Essa situação é muito grave. O fato novo é: os órgãos sabiam que isso iria acontecer e entregaram assim mesmo”, disse o vereador Yuri Moura, que solicitou a realização da audiência junto com a Comissão das Vítimas das Tragédias da Região Serrana.

    Além da vistoria nos imóveis, os vereadores também solicitaram documentação citada por Rafael Miranda. “Continuamos em contato com as famílias e após esses passos vamos indicar os responsáveis, enquanto buscamos melhorias e segurança para o conjunto. O preocupante é que apesar das vistorias realizadas recentemente, teremos que fazer essas fiscalizações com constância, já que a obra pode ter sido entregue sem condições”, informou Yuri.

    A audiência pública tinha como finalidade tratar dos assuntos relativos a Comissão das Vítimas das Tragédias da Região Serrana e envolvia os municípios de Petrópolis, Areal, Teresópolis e São José do Vale do Rio Preto. A reunião foi aberta com a leitura de uma carta de repúdio dos integrantes do movimento denunciando a falta de ações nos últimos 10 anos.

    Em nota, a Prefeitura ponderou que a atual gestão “já encontrou o condomínio, construído pela Caixa, por meio de empresa contratada, pronto e habitado. Este ano, já havia notificado a Caixa Econômica Federal, solicitando que fosse feita, pelos responsáveis pela obra, vistoria técnica para verificação das instalações elétricas, assim como intervenções para sanar problemas que vêm sendo apontados por moradores”. O governo informou ainda que não teve acesso aos documentos citados na audiência.

    A Prefeitura disse ainda que “está cobrando de forma incisiva a Caixa para a imediata solução dos problemas apontados. Importante lembrar que a obra, executada pela empresa AB, está no período de garantia junto à Caixa”. O governo interino lembrou, ainda, que “ainda no início do ano, tão logo empossado, representantes do governo municipal estiveram reunidos com a superintendência da Caixa em Niterói, que trata da parte de habitação, com a finalidade de traçar um cronograma de ações em prol dos moradores do condomínio. A Caixa também deve tomar providências junto à construtora para que essas demandas sejam sanadas”.

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