Vereadores querem destituir Roni Medeiros e eleger novo presidente na Câmara
Esta semana promete ser bem movimentada na Câmara, pois além da decisão sobre a posse ou não dos suplentes, há ainda a determinação dos vereadores em eleger um novo presidente. Para que isto possa acontecer, a Mesa Diretora notificou o presidente, vereador Roni Medeiros (PTB), afastado das funções legislativas deste junho por decisão Judicial, sobre a decisão da maioria dos vereadores de destituí-lo do cargo, abrindo prazo para que possa apresentar sua defesa.
A decisão de destituir Roni do cargo de presidente foi tomada numa reunião, onde estavam presentes todos os vereadores e 11 assinaram o pedido. Apenas dois não assinaram, Jorge José de Paiva (Relojão/PRP) que estava de atestado médico, e Jamil Sabrá Nato (PDT), por não concordar com as razões apresentadas e por isso decidiu por não assinar.
Jamil Sabrá disse que o Legislativo nesse momento precisa de uma mudança radical e por isso, colocar seu nome como candidato é somente se tiver o apoio dos seus pares, mas se este não for a vontade da maioria “vou entender”. Para o pedetista a Câmara que sofre um desgaste há três anos, precisa de uma mudança profunda e afirma que “se for para assumir a presidência é para realizar uma auditoria nas contas, repaginar o legislativo e dar novos ares. Com consenso do colegiado eu disputo a presidência”.
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Se o vereador Jamil busca apoio do colegiado para confirmar sua candidatura, isto parece que não acontecerá, pois a opção da maioria tem sido pelo nome do vereador Hingo Hammes (PTB). Ele disse que nunca pensou em ser presidente, mas teve seu nome indicado por um grupo de vereadores e a candidatura ganhou força. “Gosto de desafios e se vou contar com apoio dos meus colegas, não tem porque não aceitar”, afirmou Hingo, deixando claro que sabe separar muito bem as coisas e contestou a afirmação de que ele na presidência seria uma continuidade. “Precisamos manter um diálogo institucional, porém, separando os poderes Executivo e Legislativo”, afirmou.
O vereador Leandro Azevedo (PSD), que vem fazendo oposição ao governo municipal, disse que neste momento, caso ocorra a eleição para novo presidente, vai apoiar a candidatura de Hingo Hammes. “Sei que uma candidatura minha a presidência teria dificuldade e por isso decidi apoiar pela postura que ele vem tendo na Câmara”.
A mesma manifestação fez o vereador Marcio Arruda (PR), contando que chegaram a apontar o nome dele como possível candidato. “Eu não quero ser presidente. Exerci este cargo há 25 anos atrás, quando fizemos várias mudanças na Câmara. Agora decidi apoiar o Hingo e ajudá-lo no que for preciso para gente mudar o Legislativo, pois temos que melhorar a Câmara em todos os sentidos”, afirmou o vereador Arruda.
Vereador afastado tenta reabrir gabinete
A Mesa Diretora vem negando, deforma administrativa todos os pedidos dos vereadores, como pagamento de salário e até a recontratação de seus assessores. Recentemente, com base em parecer jurídico, a Mesa Diretora negou o pedido do vereador Roni Medeiros para que voltasse a receber o salário. Por causa da negativa da Mesa, o vereador recorreu à Justiça, que determinou o pagamento. “A Câmara aguardava decisão do Tribunal de Justiça acerca deste pagamento, tendo em vista o questionamento realizado por esta Casa. Entretanto, em face de decisão judicial, em processo movido pelo vereador Roni Medeiros, o pagamento dos subsídios deverá ser retomado”, informou a Mesa Diretora por meio de sua assessoria.
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O vereador Paulo Igor (MDB) entrou com requerimento administrativo questionando o fato dos assessores de seu gabinete terem sido exonerados e não mais reconduzidos aos seus cargos, após a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que anulou os efeitos da decisão de primeira instância, determinando a posse do suplente. Para a defesa do vereador é claro que, a partir do momento da anulação do ato de posse do suplente, não há motivo para que o gabinete do vereador Igor fosse exonerado.
O Departamento Jurídico da Câmara manifestou-se contrário à recondução dos assessores do vereador Paulo Igor, parecer que será acompanhado pela Mesa Diretora. A defesa do vereador será notificada desta decisão. Sobre a possibilidade de reabertura dos gabinetes dos vereadores afastados por decisão judicial, a assessoria da Câmara informou que este não é o entendimento administrativo da Mesa Diretora.