• Transporte irregular de passageiros gera prejuízos a quem atua de maneira formal: risco a milhares de empregos

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 16/08/2020 13:04

    Nos últimos meses, empresas de ônibus e motoristas que prestam o serviço regulamentado de transporte de passageiros tem denunciado o aumento de veículos fazendo transporte clandestino na cidade. Se as restrições de distanciamento social já tinham afetado a arrecadação do transporte regulamentado, a concorrência com o transporte irregular agravou ainda mais o problema.. Empresas e motoristas de transporte particular cobram da Prefeitura mais fiscalização para coibir a prática clandestina.

    Nos pontos de ônibus e locais de grande circulação está se tornando comum ver carros oferecendo corridas pelo preço da passagem ou combinando valores, na maioria das vezes, bem abaixo do tabelado pelos táxis ou transporte por aplicativo. Alguns chegam até a utilizar letreiros luminosos com a indicação de “Uber” ou “99”, quando, na verdade, não são nem mesmo cadastrados nestas empresas. 

    Os passageiros que se arriscam justificam a escolha do serviço pelo preço e a disponibilidade. “Por mais que não seja regular, os motoristas cobram o preço da passagem de ônibus e não preciso ficar esperando horas no ponto, como tem acontecido ultimamente”, explica uma usuária, que pediu para não ser identificada. Além dos pontos de ônibus, passageiros contaram à Tribuna que os carros ficam em pontos estratégicos pela cidade, locais de grande movimento, o que facilita o embarque. 

    Leia também: Taxistas usam aplicativo de transporte próprio para estimular as corridas por táxi

    Quem trabalha com serviço regulamentado acredita que o transporte clandestino está virando um problema de proporções perigosas, que pode ser difícil de ser revertido.

    Bruno Dias, representante dos taxistas, diz que a classe perdeu cerca de 70% dos passageiros para o transporte clandestino nos últimos meses. Ele estima que existam mais de 1,5 mil carros operando irregularmente no município. 

    “O clandestino ou pirata, além de trazer um prejuízo para a cidade porque não recolhe nenhum imposto, acaba afetando todas as empresas de transporte urbano dentro da cidade, como os taxistas e os rodoviários. O transporte intermunicipal também é prejudicado”, cita Bruno. Neste período em que estão em vigor as medidas de distanciamento social, os táxis viram reduzir em 90% o número de corridas. 

    Leia também: STF suspende decisão judicial que impedia circulação dos ônibus intermunicipais e interestaduais em Petrópolis

    O Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Petrópolis (Setranspetro), vê a situação com preocupação e vem continuamente cobrando a Prefeitura medidas de fiscalização para coibir o transporte clandestino. Segundo o sindicato, foram enviados oficios para a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), Comutran e até a Câmara Municipal, mas, até o momento, nenhuma medida efetiva de fiscalização foi adotada. 

    “O transporte clandestino e irregular não envolve somente o transporte, mas a segurança pública. São carros que não sabemos a procedência, ao contrário do regular, que passa por fiscalização e é o único que transporta todos os passageiros da gratuidade. O Setranspetro vem brigando há bastante tempo por uma fiscalização contínua e ostensiva contra essa prática”, disse a gerente do Setranspetro, Carla Rivetti. 

    A Tribuna questionou a CPTrans sobre as ações de fiscalização para coibir a prática, e qual o resultado das ações. A companhia respondeu que está organizando uma operação em conjunto com a Guarda Civil, Polícia Militar e Detran para fortalecer a fiscalização neste sentido. Além disso, a companhia informou que está ajustando a fiscalização para coibir os embarques em pontos de ônibus.

    Últimas