Quase um ano depois do início das obras, Palácio de Cristal segue fechado e sem projeto de monitoramento arqueológico
Os montes de terra nos jardins do Palácio de Cristal não deixam dúvidas: as obras que deveriam ser realizadas no local estão, ainda, longe de terminar. Perto de completar um ano desde que foi fechado, o plaácio continua com as intervenções nesta área embargadas. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, a Prefeitura ainda não entregou o Projeto de Monitoramento Arqueológico, o que segundo o órgão é instrumento fundamental para assegurar a preservação do local.
A questão vem se arrastando desde fevereiro deste ano, quando as obras no jardim foram paralisadas pela ausência da documentação. Em junho, a empresa que estava responsável pelas intervenções desistiu da obra. Segundo a Prefeitura, a construtora alegou problemas financeiros por conta da pandemia.
Segundo Raquel Neves, diretora Superintendente da Associação de Guias de Turismo de Petrópolis, o atraso nas obras do Palácio de Cristal vem prejudicando muito quem quer conhecer melhor os atrativos históricos da cidade.
“As pessoas veem o Palácio de Cristal nesse estado e ficam frustradas, decepcionadas com o descaso com o nosso patrimônio. Se não fosse a pandemia, esse ano, não contaríamos com o Palácio para nenhum dos nossos eventos do calendário turístico, o que causa uma imagem negativa para a cidade, principalmente no que diz respeito à conservação do patrimônio. Esperamos que as obras sejam concluídas para que possamos continuar encantando nossos turistas e visitantes durante a realização do nosso trabalho”, sinaliza.
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As obras foram retomadas em outubro, com uma nova empresa, que trabalha nos pontos onde não houve embargo.
Com o valor de R$ 1.144.768,83, o local vem passando por melhorias nos banheiros, rampas de acesso e entrada. Na ocasião, a prefeitura informou que uma empresa de arqueologia havia sido contratada e enviaria um cronograma de trabalhos. Após a publicação de uma portaria para a execução dos serviços, a manutenção nos jardins seria retomada.
Dois meses depois, o Iphan sinalizou que o documento ainda não foi repassado e portanto, a manutenção do paisagismo do jardim só pode ser realizada em áreas superficiais do solo. O Instituto ressaltou que devido às pendências que ainda não foram sanadas, não foram liberadas intervenções que demandem perfurações profundas nos jardins.
Em nota, a Prefeitura sinalizou que trabalha para cumprir as exigências do Iphan junto à empresa responsável pelo serviço, a Engeprat. No entanto, não deu previsão para a conclusão da obra.