• Circuito do Centro Histórico segue prejudicado sem os principais pontos turísticos em funcionamento

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  • 29/11/2020 06:00

    A autorização para a reabertura dos pontos turísticos em Petrópolis ocorreu em outubro, mas quase dois meses depois, o Museu Imperial continua fechado. O Palácio de Cristal segue recebendo intervenções, mas ainda não tem prazo para a conclusão, já que, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as exigências do projeto arqueológico da área externa ainda não foram apresentadas. Outro importante ponto turístico do circuito, o Relógio das Flores está abandonado e depredado após inúmeras ações de vândalos. O Circuito de Turismo do Centro Histórico segue sendo visitado de longe, entre grades, pelos turistas e petropolitanos.

    O Museu Imperial, que todos os anos atrai cerca de 350 mil visitantes, atualmente só pode ser visto da calçada, entre as árvores do belíssimo jardim, que também está fechado para passeios. Além da autorização municipal, o Museu segue as determinações do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), que ainda não se posicionou sobre a abertura. Além disso, o Museu precisa repor o quadro de terceirizados, que foi reduzido pelo Ibram durante os últimos meses. Uma verba orçamentária está para ser liberada pelo governo federal para inventimento nas contratações, mas ainda não há prazo para isso acontecer.

    O diretor do Museu Imperial, Maurício Vicente, disse que aguarda um posicionamento do Ministério do Turismo e da Secretaria Especialde Cultura, por isso, nem mesmo o jardim tem autorização para ser reaberto à visitação. A Tribuna questionou o Ibram sobre o posicionamento e aguarda resposta.

    Falta de manutenção e ações de vândalos prejudicam pontos turísticos do Centro

    No Circuito do Centro Histórico, a manutenção dos pontos turísticos segue passos vagarosos, ou quando a manutenção é feita, é porque a situação já se tornou insustentável. E exemplos não faltam, isso foi o que aconteceu com a Réplica do avião 14-Bis. A manutenção do objeto só foi realizada após o rompimento da estrutura que o fixava à base, o que o levou ao chão da Praça 14 Bis.

    A réplica do 14 Bis amanheceu no chão após rompimento de estrutura de sustentação. Foto: Arquivo/Divulgação

    Outro exemplo, e que ainda não foi solucionado, é o Relógio das Flores. Quem se posiciona no centro da Praça da Liberdade, de um lado, tem uma belíssima visão da Catedral São Pedro de Alcântara, mas do outro, um jardim mal conservado, que entre as folhagens esconde o que era para ser o Relógio das Flores. A Prefeitura, responsável pela manutenção, afirma que a empresa que voluntariamente fazia a manutenção do monumento desistiu de dar continuidade ao trabalho após vários episódios de vandalismo. A Prefeitura lamentou os episódios, mas não pôde evitar que continuassem acontecendo. 

    Relógio das Flores ficou abandonado após anos de manutenção voluntária. Foto: Tribuna de Petrópolis

    Em março de 2019, o busto em homenagem ao Marechal Luiz Alves de Lima e Silva localizado entre Praça da Liberdade e o Relógio das Flores, amanheceu no chão, alvo de vandalismo. Na ocasião, a Prefeitura disse que as câmeras de monitoramento não conseguiram captar o momento da ação porque estavam voltadas para outro ponto, para indivíduos suspeitos de envolvimento com entorpecentes. 

    Questionada sobre o monitoramento da área, a Prefeitura disse que o CIOP (Centro Integrado de Operações de Petrópolis) possui uma câmera de monitoramento na Praça da Liberdade. O equipamento alterna a gravação de imagens entre a praça, o Relógio das Flores e redondezas, por ter capacidade de giro 360º. E disse que agentes da Guarda Civil reforçam o monitoramento com rondas pelo entorno de ambos os locais.  Ainda assim, ninguém viu nada.

    Sobre o trabalho de manutenção do Relógio das Flores, que está parado há quase três anos, a Prefeitura disse que a Comdep fez o orçamento para manutenção do maquinário do relógio com outra empresa e o processo tramita dentro da Companhia. Mas não informou o prazo de conclusão e retomada do trabalho.

    Entre as grades do Palácio, montanhas de terra e escavações

    Obras no Palácio de Cristal. Foto: Arquivo/Tribuna de Petrópolis

    As obras do Palácio de Cristal ainda estão parcialmente embargadas. As intervenções autorizadas pelo Iphan podem ser feitas em áreas como banheiros e rampas de acesso ao palácio. Já na parte externa, o Iphan ainda aguarda que a Prefeitura cumpra as exigências para que seja dada continuidade nos trabalhos, de acordo com as determinações do órgão de preservação do patrimônio. 

    Em outubro, as obras foram retomadas nos pontos não embargados, como adequação do canteiro de obras, reforma da portaria, limpeza do palácio, entre outros. De acordo com a Prefeitura, a empresa Engeprat, responsável pela obra, contratou a empresa de arqueologia que enviou um cronograma de trabalhos. E disse que agora aguarda que o Iphan publique a portaria de execução da arqueologia. Assim que publicada, o serviço nos jardins será retomado. 

    Mas o Iphan nega que tenha recebido o cumprimento de todas as exigências, que são principalmente relacionadas a detalhes arquitetônicos, como o Projeto de Monitoramento e Resgate Arqueológico, o que ainda não foi apresentado ao instituto.

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