• Para evitar fechamento, fábrica de biquínis com 240 empregados transfere produção para o Rio

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  • 27/11/2019 11:50

    Os boatos do fechamento da fábrica de biquínis Vix Paula Hermanny, que funciona no Quissamã, deixam os cerca de 240 profissionais em alerta sobre a manutenção de seus empregos. O Sindicato dos Trabalhadores Vestuários de Petrópolis já vem conversando com os profissionais para esclarecer sobre os seus direitos. No início do mês, cerca de 160 trabalhadores participaram de uma reunião com o sindicato para buscar orientações. A informação recebida até o momento é de que a empresa vai transferir parte das atividades para a outra unidade, que funciona em São Cristóvão (RJ) e os funcionários que não quisessem ir para o núcleo do Rio de Janeiro teriam que pedir desligamento das funções.

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    E foi nesse ponto que o sindicato achou necessário intermediar a conversa entre funcionários e empresa. “A empresa não esclareceu quantos funcionários serão transferidos, eles não estão abrindo diálogo com o sindicato. Eu já fui na porta da empresa várias vezes, mas não consegui ser recebido”, pontua o presidente do Sindicato dos Vestuários, Jorge Luiz Mussel, que reforça que mesmo com a oferta de transporte, nem todos os funcionários têm condições ou interesse de se deslocar ao Rio de Janeiro para trabalhar todos os dias. “São pelo menos duas horas de transporte para ir ao Rio e duas para voltar, sem contar que o trajeto oferece riscos por conta da violência no Rio. Muitas mulheres não podem ir trabalhar no Rio e a empresa tem que indenizar as pessoas que não aceitarem a mudança”, pontua Jorge Luiz, reforçando que a empresa não pode forçar os funcionários a pedirem demissão. “O sindicato está atento, em defesa dos trabalhadores”.

    A Redação da Tribuna esteve na fábrica e conversou com alguns funcionários, que demonstraram não saber ao certo os caminhos que a empresa tomará. “Existe o boato de que vai fechar, não sabemos ao certo o que vai acontecer. É uma situação complicada”, pontua uma funcionária que há sete anos trabalha no local. “Por enquanto não nos informaram nada. Não tenho ideia do que vai acontecer, se a fábrica fechar ou não”, conta outra funcionária, contratada há seis anos. 

    A empresa informou que não pretende fechar as portas, mas que até o final do ano as atividades serão redimensionadas nas unidades do Rio e Petrópolis. “Parte das áreas da costura e de apoio se manterão em Petrópolis. Profissionais da área administrativa e que trabalham em áreas de apoio serão transferidos para trabalharem no Rio”, informou os dirigentes da fábrica, que reforçaram que será disponibilizado transporte para os profissionais que tiverem interesse em trabalhar no Rio. “O nosso objetivo é continuarmos com os nossos funcionários e dar a eles todo o suporte nesta transição, mesmo se optarem por não trabalharem no Rio de Janeiro”, esclarece a direção da fábrica, acrescentando que “atualmente temos muitos funcionários do Rio que trabalham em Petrópolis e continuaremos com as duas unidades”. 

    A empresa não informou os motivos na mudança da estrutura. Consultada sobre como funciona o direcionamento de incentivos fiscais para empresas da cidade, a prefeitura informou que no ramo têxtil podem ser ofertadas reduções no ISS e IPTU. A assessoria de comunicação do governo municipal informou que a empresa não procurou a prefeitura ou solicitou qualquer tipo de incentivo e que está sendo feita uma revisão na Lei 6018 – criada em 2003 – que prevê a concessão de incentivos para empresas que queiram se estabelecer em Petrópolis, para estudar de que forma novas medidas podem ser consideradas para aumentar os incentivos às empresas já em funcionamento na cidade.

     

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