• Prefeitura abre licitação para contratar 29 novos leitos de UTI

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  • 27/11/2019 11:19

    A Prefeitura abriu licitação para contratação de 29 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto, que será realizada no dia 9 de dezembro. O contrato é de R$ 28 milhões e podem participar hospitais de outras cidades. Segundo o governo municipal, o objetivo é ampliar a capacidade de atendimento do município. 

    Para a defensora Andrea Carius, a contratação de leitos fora da cidade é uma medida que preocupa. “O problema é que os pacientes serão enviados para outros municípios, o que seria um transtorno”, comentou. 

    Ao contrário do que afirma o governo municipal, segundo a Andrea Carius, a motivação para a licitação dos novos leitos seria a interrupção dos atendimentos feitos pelo Hospital Clínico de Corrêas (HCC). “Desde que o HCC interrompeu os atendimentos, a Prefeitura já vem contratando leitos em outras unidades particulares. A fila de espera cresceu muito porque a cidade perdeu leitos importantes de UTI”, afirmou, informando que, sem as 30 vagas de UTI do HCC, só na manhã de ontem, 13 pessoas aguardavam pelas transferências. 

    De acordo com a defensora, a dívida da Prefeitura com o HCC é de cerca de R$ 4 milhões e começou em julho, quando os repasses para os leitos de UTI e também para os 70 leitos de clínica médica deixaram de ser feitos. Ainda segundo a defensora, algumas reuniões foram realizadas e, sem que o impasse fosse resolvido, o hospital decidiu, na semana passada, interromper os atendimentos e não aceitar mais pacientes até que um acordo fosse formalizado. 

    Segundo a defensora, as unidades de pronto atendimento (UPAS) e os prontos socorros estão se tornando “depósitos de pessoas a espera de transferências”. “O paciente deveria chegar na UPA ou nos prontos socorros e quando fosse constatada a necessidade de internação para um leito de UTI isso deveria acontecer em algumas horas, mas o que vemos são pacientes aguardando por dias nessas unidades”, alertou Andrea.

    A defensora informou que desde 2009, quando uma ação civil pública foi aberta para tratar do aumento dos números de leitos de UTI, vem fazendo recomendações para a Prefeitura. “A quantidade de leitos que existem na rede municipal de saúde não atendem mais a demanda. De 2009 para cá houve um aumento da população e também seu envelhecimento, o que demanda uma quantidade maior de vagas”, disse a defensora.

    No último dia 19, a Prefeitura apresentou 16 projetos para captação de recursos para a saúde ao governo do Estado. Entre eles, está a ampliação de leitos de UTI no Hospital Municipal Dr. Nelson de Sá Earp (HMNSE). O documento foi entregue para o secretário estadual de saúde Edmar Santos pedindo R$ 42 milhões em investimentos.

    A equipe da Tribuna entrou em contato com a direção do Hospital Clínico de Corrêas, mas ninguém quis comentar o assunto.

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