‘Seu Nonô’ completa 87 anos sendo exemplo de superação e amor pela corrida
O casal Claudionor Xavier e Vera Bull, mais conhecidos como ‘Seu Nonô’ e ‘Dona Verinha”, são marcas registradas da corrida de rua em Petrópolis. É difícil encontrar alguém que não conheça esse casal tão especial. Completando 87 anos de vida nesta sexta-feira (29), o Nonô atribui a saúde e a disposição que tem ao esporte.
“Eu aconselho a todo mundo fazer atividade física. Eu estou chegando aos 87 anos e, graças a Deus, eu não tomo remédio contínuo. A única coisa que eu e Vera tomamos são vitaminas que o próprio médico passa para a gente repor aquilo que a gente gasta nas corridas. Só isso que a gente toma. Para mim, o exercício físico é manter a saúde”, diz orgulhoso.
Aos 47 anos, Seu Nonô se apaixonou pela corrida de rua. Motivado por um amigo que estava começando no esporte, Nonô foi convidado para treinar com o objetivo de correr uma maratona de 42 km, e não pensou duas vezes e aceitou o convite. A partir daí, nunca mais parou. Hoje, aos 87 anos, ele já realizou 21 maratonas de 42 km em vários lugares do Brasil como Porto Alegre, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. Fora do país, o casal já esteve também em Portugal participando de duas meias maratonas.
São diversos os marcos que Nonô conta com orgulho, mas um deles foi em 2016 quando foi convidado para conduzir a tocha olímpica. Para ele a emoção foi duplicada, já que o evento aconteceu justamente na data de seu aniversário, 29 de julho.
O esportista diz, orgulhoso, que na idade que está, não corre mais 42 km como antigamente, mas afirma que tem disposição para participar das que tem 10 km. Com 40 anos praticando o esporte, Nonô já perdeu a conta de quantas corridas já fez. “De meia maratona pra baixo, eu não conto porque foram muitas”, diz.
Para manter a saúde ativa, o esportista conta que em três dias da semana, o casal pratica musculação em uma academia da cidade. Nos outros três dias, eles correm na rua na parte da manhã. “Eu não precisava acordar 7h no inverno, com um frio danado para sair para treinar, mas aquele ambiente da nossa equipe de corrida é uma alegria total, aquilo contagia a gente e isso faz muito bem para nós”, conta.
Nem todos os dias são bons, Nonô admite que há dias em que o desânimo vem, mas segundo ele, nesses dias a esposa o ajuda. “A Verinha diz assim: nós vamos, nós temos que ir! Então um dá força para o outro”, conta. Questionado sobre o número de medalhas, o corredor diz que é impossível ter uma estimativa de quantas já ganhou. “Nunca tive a curiosidade de contar. Tem gente que gosta de contar, mas eu nunca tive. São muitas, são 40 anos de corrida”, explica.
Capixaba, mas petropolitano de coração, Nonô já percorreu muitas cidades e conta saudosamente as experiências vividas em cada uma delas. O homem que cursou até o 4º ano do primário de “pé no chão”, pois não tinha o que calçar para estudar, veio para Duque de Caxias e lá morou por 12 anos. Sua paixão pelo esporte começou aos 27 anos, quando foi convidado para jogar em um time de bairro em Petrópolis. Chegando, se apaixonou pela cidade serrana e nunca mais saiu daqui.
Houve um motivo ainda mais especial que fez com que Nonô ficasse: ele conheceu a dona Verinha. O capixaba conta que ela era sobrinha de uns dos diretores do time de futebol. No casamento do goleiro do time, eles oficializaram o namoro. Após quase dois anos, se casaram e foram morar em Duque de Caxias, onde começaram a formar uma família. Em 1962, o casal subiu à Serra novamente e veio morar na cidade.
Levando simpatia e carisma por onde passa, Nonô afirma que as amizades que ele adquiriu em Petrópolis vão ser levadas por toda a vida. “Hoje eu e a Vera não andamos 100 metros em Petrópolis sem encontrar um conhecido que chame a gente pelo nome. Isso é muito gratificante”, conta.
Corridinha do Nonô
Em comemoração ao aniversário do sr. Nonô, a Prefeitura de Petrópolis, organizou uma corrida neste domingo (31), com concentração às 7h e largada às 9h, na Sede da Prefeitura de Petrópolis, localizada na Avenida Koeler, número 260. As inscrições já estão abertas.
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