Pré-candidatos discutem plano básico para retomada das atividades
Depois de mais 80 dias de medidas de restrições e determinações de isolamento social, começa nesta segunda-feira (1), a flexibilização para retomada gradual das atividades econômicas. A Prefeitura dividiu os setores por cores – onda verde (setores essenciais que já funcionam), onda branca (que começam a partir de primeiro de junho), onda amarela (com previsão de retorno no dia 8) e onda vermelha (setor com atividades que envolvem aglomeração de pessoas e que ainda não têm data para começar).
Nesta última série de entrevistas com pré-candidatos à Prefeitura de Petrópolis, eles puderam apresentar quais seriam os seus planos básicos para a retomada das atividades ma cidade.
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Tribuna de Petrópolis: Qual seria o plano básico para a retomada das atividades?
Alexandre Gurgel (Cidadania): Os países que já passaram pelo pico da crise, estão demonstrando o que funciona e o que não funciona. Temos a chance de buscar as melhores práticas e adaptar para a realidade de Petrópolis. Todos gostaríamos de ver a vida voltar ao normal rápido, mas o escalonamento da reabertura, cumprindo as regras sanitárias é fundamental. Indústria, comércio e serviços seguirão novas rotinas de funcionamento e as pessoas precisarão se adaptar. Acredito na transparência e na união em busca do bem da população.
Coronel Arnaldo Vieira Neto (PRTB): Essa quarentena de concentração imposta jamais deveria ter acontecido. O vírus circula independente de confinamento da população. Ela é decorrente da criminosa incompetência dos atuais prefeitos e governadores, que durante esses três anos se omitiram na gestão da saúde pública e tiveram que se acovardar pela falta de estrutura na rede pública e inclusive pela falta de equipe competente para contingenciar de forma responsável essa epidemia. Como exemplo, desde 2009, na epidemia do H1N1, o Brasil perdeu 36 mil leitos em hospitais. Em contrapartida, sobram denúncias e prisões por envolvimento em licitações nitidamente fraudulentas, decorrentes desse ambiente de terrorismo criado propositalmente para que fraudes ocorressem.
Jamil Sabrá (PSC): A retomada ocorreria de forma gradual e seria amplamente divulgada na mídia. Importante a sociedade saber quais dias irão abrir cada tipo de comércio, porém, com todas as precauções sendo exigidas, como a utilização das máscaras, álcool em gel, distanciamento nos estabelecimentos, higienização dos estabelecimentos, entre outras. Seria mantida a verificação de projeção de perdas e a busca de compensações junto ao Governo Federal para fins de recuperação econômica, bem como o acompanhamento diário da pandemia sendo, caso necessário, adotadas medidas de forma urgência.
Leandro Azevedo (PSD): A retomada das atividades se funde com a economia. A partir da queda dos indicadores epidemiológicos em relação à Covid-19, de forma gradual, seria empregada a flexibilização, porém, com restrições rígidas seguindo o protocolo sanitário. Para funcionar, seria necessária a adesão real da população, saindo de casa apenas quando extremamente necessário, usando máscaras, evitando aglomerações e tomando as medidas de higiene recomendadas pelas organizações de saúde. Dessa forma, consequentemente, estaria sendo evitado o aumento do número de pessoas contaminadas.
Lívia Miranda (PCdoB): Quanto a isso não tenho dúvida: tem que se confiar na ciência. A vida das pessoas é afetada por essas decisões. A exemplo de Niterói/RJ e do estado do Maranhão que seguiram as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), sabemos que as medidas só podem ser tomadas após testagem massiva da população. Assim, é necessário escalonar os setores para reabrir com o devido controle e segurança.
Marcos Novaes (PDT): Não se pode falar em retomada de atividades sem levar em conta tudo o que acaba de ser dito nas respostas anteriores. Além disso, uma retomada implica pensar e planejar as atividades não propriamente econômicas, com destaque para as atividades escolares.
Para a retomada das atividades, será necessário, além do que já foi dito:. Levar em conta as diferenças no comportamento humano diante da pandemia. O comportamento do cidadão varia de bairro para bairro. Há localidades que respeitam mais o isolamento, há outras que respeitam menos. É preciso fazer a relação disso com a disseminação do vírus, para entender a realidade a ser enfrentada, que não requer uma ação única, geral. São várias ações.
Este governo municipal não é capaz de dar resposta a nada que dependa realmente dele. Não sabe formar equipes. Não sabe dialogar com a população. Não conhece Petrópolis.
Quem está na linha de frente dessa batalha, pessoal das emergências e dos hospitais, está dando tudo o que pode, mas isso não vai resolver todos os outros problemas, que ainda irão aumentar.
Marcus Curvelo (PSB): Primeiro índices e indicadores confiáveis para entender o momento certo do relaxamento, é preciso ter também protocolos sanitários para orientar a população e estabelecimentos comerciais, testagem em massa e métodos de aferição de temperatura em lugares de grande circulação, como terminais rodoviários e o centro da cidade são fundamentais. Precisamos lembrar que estamos perto do inverno onde o número de doenças respiratórias, infartos e AVC cria uma alta demanda de leitos de UTI, por isso ter um número confortável de leitos disponíveis com equipamentos, insumos e profissionais especializados em terapia intensiva é fundamental. Adotaria também escalonamento de horários para escolas, comércio e indústria para evitar altos fluxos de deslocamento. Depois chamaria a sociedade civil para discutir e pactuar um novo normal. O processo de conscientização é fundamental, enquanto não surgir uma vacina não podemos relaxar. O prefeito precisa entender que nem ele ou a equipe dele sabem de tudo é preciso ouvir a sociedade.
O estabelecimento de bandeiras facilita o entendimento por parte de todos, isso já deveria ter sido feito, após mais de 60 dias somente agora vamos conhecer os planos da prefeitura. Vai ser preciso uma fiscalização intensa sobre o transporte público para evitar ônibus lotados e sem sanitização. Tenho uma preocupação específica com creches e escolas públicas. Na minha opinião é preciso de um plano claro para este setor com o envolvimento dos órgãos de classe na sua elaboração. Mas tudo seria feito com olho nos índices e indicadores e com o menor sinal de piora, novas medidas de restrições seriam tomadas. O pior ainda não passou teremos enormes desafios na área da saúde e na área social.
Matheus Quintal (Republicanos): A retomada das atividades vai estar amparada em um tripé baseado em diálogo com a sociedade, com a criação de canal direto de troca de informações com as empresas de todos os setores; maior interação com o governo federal tornando mais eficaz a busca de recursos para a cidade e informação de qualidade sobre a saúde para permitir que a pandemia (se ela perdurar até lá) não provoque novamente um abalo tão grande na economia.
Paulo Mustrangi (Solidariedade): Criar um comitê multisetorial para estabelecer a retomada das atividades econômicas estabelecendo um diálogo franco e transparente com todos os setores.
Ramon Mello (Avante): As atividades deverão ser retomadas com as orientações necessárias. As prefeituras estão apresentando planos que parecem bem razoáveis. Há distribuição das atividades, liberando de forma gradual e responsável, por fases, regionalizada e setorial. Não perderemos de vista a avaliação da curva epidemiológica e a taxa de ocupação dos leitos de UTI. Todo o plano deve ser voltado sempre para a preservação da vida.
Yuri Moura (PSOL): O planejamento de retorno gradual por ondas e cores é correto. Meu medo é dos critérios para a avaliação, já que em Petrópolis não está sendo medida a taxa de isolamento social. Sem saber quantas pessoas estão na rua fica difícil entender o ambiente para a tomada de decisões. A mensuração só por ocupação de leitos e número de casos ou óbitos, é posterior. Ela vem quando o problema já está dado. Eu estipularia metas de taxa de isolamento social, dando assistência social para o povo conseguir cumprir, inclusive contratando, capacitando e equipando moradores nos bairros para orientar as comunidades, envolvendo todos os setores sociais para vencermos juntos da forma mais rápida possível. O efeito seria percebido entre 10 e 12 dias e aí sim teríamos um retorno gradual e responsável das atividades. O plano é priorizar vidas!