• Pesadelo noturno do “randandan” não é só no Centro: motos barulhentas incomodam nos bairros

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  • 19/08/2021 09:32
    Por Luana Motta

    O que era para ser uma noite de sono tranquila no fim de semana se tornou um verdadeiro pesadelo embalado ao som do “randandan”; o barulho do escapamento irregular das motocicletas também tira o sono de moradores de bairros e distritos. Após a publicação da matéria da Tribuna relatando o caos urbano nas noites de sexta-feira, no Centro Histórico, moradores de várias localidades relataram nas redes o drama que tem vivenciado nos bairros nos últimos meses. 

    E a lista é longa: Praça Pasteur, Mosela, Manoel Torres, Cascatinha, Amazonas, Correas – Estrada Mineira, Atílio Marotti. A via já chegou a ser conhecida como Rua do Grau e os relatos são de que o desrespeito é tanto, que as exibições acontecem a luz do dia, com hora marcada ao meio dia nos fins de semana. 

    A Praça Pasteur é uma das que mais recebem reclamações. Um morador que pediu para não ser identificado contou à Tribuna que depois que os bares fecham, os frequentadores se reúnem na praça até a madrugada. Ele conta que os maiores problemas são a perturbação sonora: é o barulho das motocicletas e os carros com som alto com o porta malas aberto.

    “A polícia, quando atende as chamadas, até vem, mas não fazem nada de relevante pois quando saem tudo volta”, disse. O morador conta que isso acontece quando consegue o contato pelo 190. “Tem noite que ligo 5, 6 vezes até atenderem. Às vezes atendem, às vezes desisto. Se for caso de vida ou morte o cidadão está ferrado”, desabafou. 

    Além disso, moradores de outras três comunidades relataram que têm ocorrido, mesmo durante a pandemia, festas que são possivelmente promovidas por traficantes. Há relatos de festas clandestinas no Amazonas, no Quitandinha, Atílio Marotti e Vale do Carangola.

    O comando do 26° BPM, disse à Tribuna, por meio da Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Polícia Militar que, quando informados sobre os eventos não autorizados, estes são coibidos. E que, portanto, é de suma importância que a população faça denúncias por meio do 190, pelo próprio batalhão, ou pelo disque-denúncia 21- 2253-1177. O anonimato é garantido.

    Nas redes sociais população desabafa sobre a carência de fiscalização

    Nas redes sociais, muitas pessoas desabafaram sobre a falta de solução para o problema das motos barulhentas. “A cidade está abandonada no que diz respeito a fiscalização, porém o que mais impressiona é o Centro da cidade tomado por arruaceiros nos finais de semana. Além de toda a baderna dos “motoqueiros” que é diferente dos motociclistas, a nova modalidade agora é andar na contramão. Aqui já virou terra sem lei”, comentou um leitor da Tribuna.

    “Isso é o reflexo do sentimento de impunidade, se pega o menor bebendo não acontece nada com ele nem com os pais, no caso das motos a mesma coisa, na grande maioria são motos sem documentos que se apreendidas não vale nem apena resgatar!!!”, disse outro leitor em um comentário. 

    Além das fiscalização, muitas pessoas pediram o investimento em opções de lazer para os jovens na cidade e lembram que esse não é o momento para aglomerações por causa da pandemia. “Antes ou durante a pandemia, o problema está aí. Durante o choque de ordem em 2019 esses problemas foram amenizados, mas não resolvidos. Os jovens precisam de locais para se divertirem, onde possam conversar, beber, paquerar, socializar. Prover segurança e um ambiente que se respeitem as leis é obrigação do poder público. Cabe ressaltar que para o momento ainda vívido, nada disso deveria estar sendo pautado, se não a preocupação com a variante DELTA do Covid 19 que já fez uma vítima na cidade”, disse um leitor.

    O que dizem os órgãos responsáveis pela ordem pública

    A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que as unidades da Corporação, incluindo o 26ºBPM (Petrópolis) atuam em apoio aos órgãos municipais e estaduais em suas respectivas atribuições com relação à fiscalização de ordenamento urbano. A Corporação se mantém à disposição para apoiar as necessidades solicitadas pelos órgãos fiscalizadores em suas respectivas ações. 

    E disse que desde o último sábado (14/08), ações de ordenamento do trânsito passaram a ser feitas em um esforço conjunto da  Polícia Militar e Detran-RJ em todo o estado. No primeiro dia de ação conjunta, 14/08, em Petrópolis, a ação foi realizada na Avenida Barão do Rio Branco, no bairro Retiro. As equipes do Detran-RJ e do 26º BPM abordaram 98 veículos, sendo 9 apreendidos: sete motocicletas e dois automóveis.

    Já a Prefeitura informou que a ação de fiscalização do funcionamento adequado do comércio, dentro das determinações dos decretos municipais voltados para a proteção da vida contra a Covid-19, continua ocorrendo todas as sextas-feiras, na ação de Choque de Ordem, realizada pela fiscalização de posturas do município, vinculada à secretaria de Serviços, Segurança e Ordem Pública – SSOP, e pela vigilância sanitária, vinculada à secretaria de Saúde, contando ainda com o apoio da Guarda Civil, Comdep e Polícia Militar.

    E disse que esta ação ocorre não apenas no Centro, na Praça da Liberdade, Rua 13 de Maio, Rua 7 de Abril e Praça Princesa Isabel, mas também em locais como Praça Pasteur, nos bairros e distritos.

    Em relação à fiscalização de motos barulhentas, a Prefeitura informou que as ações de vem sendo realizadas regularmente, inclusive com apoio do Departamento de Trânsito do Rio de Janeiro – Detran-RJ e da Polícia Militar. Para denunciar o descumprimento das medidas estabelecidas em decreto, o telefone de contato da SSOP é o (24) 2246-8977 e o telefone da Guarda Civil são: (24) 2246-9252 ou 2246-9257, além do 153.

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