• Oposição já pretende levar Bolsonaro à CPI do MEC

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  • 25/06/2022 08:13
    Por Daniel Weterman / Estadão

    Senadores de oposição que apoiam a abertura de uma CPI para investigar o gabinete paralelo operado pelo ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e dois pastores no MEC defenderam a inclusão do presidente Jair Bolsonaro nas apurações do Legislativo. Partidos de oposição também vão reforçar no Supremo Tribunal Federal (STF) a necessidade de o presidente ser alvo de investigação por causa da suspeita de interferência na investigação conduzida pela Polícia Federal.

    A Procuradoria da República no Distrito Federal alertou a Justiça sobre “possível interferência ilícita” do presidente nas investigações, o que devolveu o inquérito da Operação Acesso Pago ao Supremo. A atuação de líderes religiosos na pasta para negociação de agendas e verbas, revelada pelo Estadão, deu origem à investigação que levou à prisão de Ribeiro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

    “(O caso) evidencia a necessidade de apuração. Para a CPI, precisamos nos acostumar à correta leitura da Constituição, ou seja, preenchidos os requisitos, ela deve ser obrigatoriamente instalada”, disse o senador Alessandro Vieira (PSDB-SE). “CPIs investigam fatos. Se existir atuação concreta do presidente, é natural que seja investigada.” Para o senador, a CPI pode requisitar ao Supremo o conteúdo do inquérito e passar a investigar diretamente Bolsonaro no caso.

    O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que pedirá ao STF para abrir inquérito por crime de obstrução da Justiça contra Bolsonaro. O PT prometeu fazer o mesmo.

    No Senado, governistas agem para barrar a investigação com a apresentação de outros pedidos de CPI e promessa de liberação de verbas do orçamento secreto. Aliados do Palácio do Planalto devem recorrer ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tentar impedir a criação da CPI.

    ‘Sacanagem’

    A ala governista atua também para blindar Bolsonaro do caso. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), líder do PL no Senado, foi às redes sociais para dizer que o indício do Ministério Público é “sacanagem” contra o pai.

    “Então havia gravação do ex-ministro falando que ‘ele’ achava que poderia ter busca e apreensão? Se ‘ele’ era Bolsonaro, por que o juiz e o procurador do MPF não remeteram os autos ao STF ao invés de prender o ex-ministro? Tá cheirando a ‘sacanagem’, além de crime, claro!”, escreveu Flávio.

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