• Na CPI, Barra Torres diz que não tratou de vacina da Pfizer com Wajngarten

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  • 11/05/2021 15:10
    Por Pedro Caramuru, Amanda Pupo e Matheus de Souza / Estadão

    O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou nesta terça-feira, 11, em depoimento à CPI da Covid no Senado, que nunca tratou da aprovação à vacina da Pfizer com o ex-secretário Fabio Wajngarten, que comandou a pasta da Comunicação e deve depor à comissão nesta semana. Em entrevista à revista Veja, Wajngarten disse que partiram de assessores do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello acusações de que o ex-secretário teria interesses pessoais na contratação da vacina.

    “Os contatos foram muito rápidos com ele Wajngarten, não tratamos de nenhum assunto da minha área. O ex-ministro Mandetta esteve na agência em duas ou três oportunidades. Com o ministro Teich foi muito breve, não chegou a acontecer. E com o ministro Pazuello chegou a acontecer, mas não houve reunião de trabalho com presença de outras pessoas”, destacou. Barra Torres também descartou a realização de reuniões com a presença de filhos do presidente.

    Durante entrevista nesta tarde ao colegiado, Barra Torres também disse discordar das máximas usadas pelo presidente Jair Bolsonaro como a de que “um manda e outro obedece” e sobre a “imunidade de rebanho” por meio da contaminação. “Qualquer ação de ciência é pautada pela ciência. A hierarquia é uma outra questão que não tem nada a ver com isso”, disse. Mais cedo, Barra Torres disse se arrepender de ter aparecido ao lado do presidente sem máscara.

    Vacina brasileiras

    Barra Torres afirmou que ambos os desenvolvedores nacionais de vacinas, a serem produzidas integralmente em solo brasileiro, têm pendências com o órgão regulador.

    “Os dois protocolos neste momento estão com discrepância a serem atendidas pelos desenvolvedores. Tanto o Butantan, quanto o desenvolvedor da Versamune”, afirmou durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado. “Isto é normal dentro do processo”, disse sobre as discrepâncias.

    “Todas as outras cinco aprovadas foram assim também: tem uma dúvida, manda documento, saneou e prossegue”, afirmou Barra Torres. Conforme ressaltou, a agência regulatória nunca havia desenvolvido o protocolo para aprovação de uso emergencial. “Fizemos dois protocolos de uso emergencial para Coronavac e Astrazeneca em 9 dias”, destacou.

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