• Marco temporal: Tropa de Choque de SP dispersa indígenas e libera Rodovia dos Bandeirantes

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  • 30/05/2023 10:49
    Por Werther Santana / Estadão

    Um caminhão da Tropa de Choque e oito viaturas da Polícia Militar de São Paulo foram acionados para liberar o tráfego na Rodovia dos Bandeirantes, na manhã desta terça-feira (30). Um grupo de indígenas da etnia Guarani bloqueava a via, na altura do km 20, sentido capital. Barricadas com pneus em chamas foram montadas antes das 6h e interromperam totalmente o tráfego na rodovia, provocando mais de 6 km de congestionamento no início da manhã.

    A Tropa de Choque agiu pouco antes das 9h, usando bombas de efeito moral e jatos d’água. Houve um princípio de confronto com parte dos indígenas, mas a rodovia acabou liberada em cerca de 15 minutos.

    Indígenas seguem concentrados no acostamento da rodovia, em protesto contra a votação do PL 490, mas o tráfego foi totalmente liberado. O projeto de lei define a adoção do chamado marco temporal para a demarcação de terras indígenas no País. O texto, que pode ser votado nesta terça-feira na Câmara dos Deputados, define que apenas as populações que comprovarem a ocupação de territórios até outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição, podem reivindicar a demarcação de terras.

    “Esse projeto de lei da bancada ruralista busca não só fragilizar a política indigenista, mas expor as comunidades à violência, reintegrações de posse, legitimando assim a retirada forçada de seus territórios ancestrais”, disse Thiago Henrique Karai Jekupe, liderança da Terra Indígena Jaraguá.

    Outras manifestações

    Durante toda a terça-feira estão previstas manifestações dos povos indígenas em todo o País para denunciar o PL 490 que pode inviabilizar as demarcações de Terras Indígenas e enfraquecer a proteção de áreas já demarcadas.

    O bloqueio da Rodovia dos Bandeirantes ocorre em um dia de mobilizações do povo guarani nas regiões Sul e Sudeste convocadas pela Comissão Guarani Yvyrupa (CGY). As ações fazem parte da convocatória feita pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e organizações de outros povos indígenas de todas as regiões do País.

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