Informações sobre o crime organizado concentram o maior número de registros do Disque Denúncia em Petrópolis
Nas primeiras semanas deste ano, uma onda de crimes violentos trouxe uma sensação de insegurança para os petropolitanos. Como a morte da advogada Patrícia Sá Fortes, brutalmente assassinada no mês de janeiro, em Itaipava. E uma semana depois, a morte da comerciante Zilda Maciel Santana, que foi assassinada na porta do seu trailer em Secretário, após uma tentativa de assalto. Em Petrópolis, o Disque Denúncia tem trabalhado para ser um intermediador entre o denunciante e os órgãos de segurança. Nos últimos três anos, o crime que mais foi denunciado pelos petropolitanos estão relacionados ao crime organizado.
Segundo dados do Disque Denúncia, a classificação de crime organizado envolve vários tipos de crimes, mas principalmente relacionados ao tráfico de drogas. Entre 2018 e 2021, o Disque Denúncia recebeu 648 denúncias com informações sobre o tráfico de drogas em Petrópolis. As denúncias são principalmente do Centro, Independência e Corrêas. Denúncias sobre o tráfico levam a Polícia Militar e Civil a identificar outros tipos de crime, como posse ilegal de armas, consumo de drogas, veículos roubados e até foragidos da justiça.
A parceria do Disque Denúncia com órgãos de segurança e municípios tem ajudado a reduzir a criminalidade em cidades do estado. A exemplo de Niterói e Angra dos Reis. O órgão recebe denúncias não apenas de crimes, mas de irregularidades que são de responsabilidade da administração municipal, como estabelecimentos sem alvará. Em Petrópolis, nos últimos quatro anos, foram feitas 73 denúncias deste tipo, e de estacionamento irregular foram feitas 17 denúncias.
O Disque Denúncia foi criado em 1995, após uma onda de sequestros que acontecia no Rio de Janeiro. E foi instrumento importante para reduzir e quase zerar esse tipo de crime. Antes o Disque Denúncia funcionava mais como um receptor das informações e, hoje, faz um papel importante de fazer com que as denúncias sejam operacionalizadas.
“Em Petrópolis, nitidamente o foco é os crimes ambientais e a qualidade de vida. Temos como no Rio de Janeiro, problemas com a linha chilena, balão, barulho. Nós trabalhamos nessa área de ajudar seja prefeitura ou governo do estado para criar políticas públicas efetivas. Essa é a grande característica do Disque Denúncia é a efetividade”, disse Zeca Borges, coordenador do Disque Denúncia.
Em Angra dos Reis, após uma onda de criminalidade, o órgão fez uma parceria com a prefeitura na divulgação dos números do Disque Denúncia e na efetividade no encaminhamento das informações aos órgãos e setores responsáveis. O número de denúncias mais que dobrou após a parceria, e consequentemente contribuiu para a redução nos índices de criminalidade.
“Os crimes ilícitos ocorrem nos municípios e realmente é o prefeito a pessoa mais ligada às questões de politicas públicas no município. É quem pode se importar ou não com esse tipo de questão. Então a nossa experiência tem sido muito boa. Porque as prefeituras que estão envolvidas conosco tem um comprometimento muito grande com os problemas de segurança, ou de meio ambiente. Então é claro que os resultados têm sido muito bons”, disse.
Embora Petrópolis esteja no ranking dos crimes ambientais, o Disque Denúncia incentiva a população que denuncie também outros tipos de crimes. Os crimes mais denunciados nos últimos quatro anos foram: ameaça (80), barulho (99), consumo de drogas (93), invasão de propriedade (68), pega de veículo (35), localização de foragidos (49), posse ilícita de armas de fogo (213). E no ano de 2020, um dos crimes mais denunciados foram os relacionados a epidemias, em razão da pandemia de covid-19, neste foram 248 denúncias.
As denúncias podem ser feitas pelo telefone do Disque Denúncia que em Petrópolis é o 0300 253 1177 ou pelo aplicativo do “Disque Denúncia RJ”. Todas as denúncias são feitas de forma anônima.