• Governo do Estado começa a desassorear rios em Areal; em Itaipava, obras não começaram

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  • 18/03/2021 17:38

    Marinete Francisco sabe o que é perder tudo em uma enchente. Em 2011, ela morava numa rua em Areal, na Região Serrana Fluminense, que foi inundada pela forte chuva durante o maior desastre natural da história do país. Dez anos se passaram e ela segue atenta quando o tempo escurece na cidade.

    “A rua virou um rio naquele dia. Perdi móveis, como cama e guarda-roupa. A preocupação maior era com um barranco atrás da casa, que acabou desmoronando. Hoje, moro em uma parte mais baixa, mas que também é área de risco por ser em frente ao córrego”, disse ela, que é mãe de três crianças.

    Areal, juntamente com Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Sumidouro, foi uma das cidades atingidas pela catástrofe de 2011, que matou 918 pessoas e deixou outras 30 mil desalojadas.

    O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) começou, na última terça-feira (16), as intervenções do programa Limpa Rio na cidade. Só no Córrego do Cedro, em Areal, a previsão é que 11.200 metros cúbicos de sedimentos no trecho de 1,3 km sejam retirados. Os trabalhos devem durar, em média, três meses.

    Enquanto isso, em Petrópolis…

    Anunciada como investimento, a ação de rotina para manutenção dos rios ainda não chegou a Itaipava, como foi prometido em janeiro, durante a visita do governador em exercício Cláudio Castro. A segunda etapa do desassoreamento dos rios Santo Antônio, Cuiabá e Carvão foi licitada em 2019, mas, até agora não há previsão para o início da execução, com explicações diferentes dadas pelo Inea e pelo Governo Federal, que custeia a intervenção.

    Enquanto Petrópolis fica pra trás, outro município do entorno que recebe atenção da gestão de Cláudio Castro é Sapucaia. O Ribeirão São João, rio localizado no bairro de mesmo nome na cidade localizada no Centro Sul do estado, é outro corpo hídrico que recebe o Limpa Rio. Máquinas trabalham no local sob os olhos atentos da dona Aíza da Silva, de 77 anos. A aflição foi tanta durante a última enchente que ela chegou a passar mal e precisou de atendimento médico da cidade vizinha de Vassouras.

    “Fiquei tão nervosa, de aflição mesmo, por causa da enchente no ano passado. Perdi muita coisa e, por isso, moro agora nesta casa, que é do meu filho. A água foi entrando, passou pelo quintal, pela garagem e chegou até a cozinha. A limpeza serve para manter o rio limpo, fundo e dar uma segurança”, comemorou a moradora.

    No Rio Ribeirão São João, o Inea prevê a retirada de 8 mil metros cúbicos de material de uma extensão de 1,2 km.

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