• Chuva traz rotina de tensão e prejuízos a comerciantes e moradores da Coronel Veiga

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  • 11/01/2020 11:46

    O transbordamento do rio Quitandinha, na Coronel Veiga, algo frequente há anos, causa prejuízos aos comerciantes. E, apesar de recorrente, o problema segue sem solução. A chuva que atingiu diversas regiões da cidade nesta semana causou transtornos para os comerciantes da região. Os donos de uma padaria perderam mercadorias e equipamentos. 

    Com parte de sua mercadoria levada pela água, Rafael Kurtemback, de 28 anos, ainda tentava calcular o prejuízo sofrido na padaria que mantêm com um sócio há um ano no local. Essa foi a segunda vez que ele sofreu perdas materiais com o transbordamento do Rio Quitandinha. Em maio do ano passado, ele perdeu cerca de R$ 5 mil reais, quando as comportas de um metro e meio instaladas para conter a água não foram suficientes para evitar o alagamento da loja.

    Agora, a situação ficou pior. “Eu havia feito toda a compra de mercadoria para ficar de estoque porque eu ia sair de férias. Os pedidos chegaram pela manhã e tudo foi perdido. As comportas aguentaram bem, mas a parede do depósito estourou e a água entrou, derrubando e arrastando tudo. A água batia no meu peito. Agora, estamos aguardando a visita de um técnico que vai avaliar o nosso maquinário”, lamentou ele, que estava na padaria junto de cinco funcionários.

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    A chuva, que começou por volta das 14h, logo fez com que o rio transbordasse na região, – algo já comum na localidade. Apenas por volta das 18h, os funcionários puderam começar a realizar a limpeza do estabelecimento. A maior perda da padaria foi a câmara de fermentação, uma máquina que custa cerca de RS 10 mil reais.

    “É o equipamento mais caro que temos aqui. Um técnico virá aqui amanhã para verificar, mas também tem o forno, as geladeiras e as balanças. Tivemos que esperar secar bem para voltar a ligar, alguns estão funcionando, mas precisamos esperar para ver o que acontece”, contou Rafael.

    Em frente à padaria, uma concessionária de veículos precisou retirar os veículos expostos. O gerente da loja, Carlos Henrique Gomes, conta que não houve nenhum dano. “Como já estamos acostumados, quando vimos bater aquela chuva já retiramos os carros que estavam expostos e colocamos as comportas. É claro que entrou um pouco de água, mas não houve nenhum prejuízo material. Foi necessário apenas um trabalho de limpeza da loja”, disse o gerente.

    Os alagamentos constantes afastam os comerciantes do local. Rafael conta que procura outro ponto para mudar a padaria de endereço. Diante dessa situação, os comerciantes cobram soluções da Prefeitura. “Com vinte minutos de chuva o rio enche, principalmente se chover pro lado do Quitandinha. Um ato simples de limpar o rio nos meses que costumam chover já melhoraria a situação, mas eu nunca os vi fazerem uma limpeza aqui desde que abri a padaria. Estamos aqui há um ano e doidos para mudar de ponto”.

    Rafael espera conseguir reabrir a padaria daqui há quinze dias, mas já sabe que o prejuízo será alto. Mesmo que não consiga abrir até o final do mês, eles precisará pagar o aluguel funcionários, mercadorias e material de obras. Para ajudar os sócios, uma campanha foi lançada através do site vakinha (https://www.vakinha.com.br/ vaquinha/perda-total-em-pequena-padaria), onde as contribuições são feitas virtualmente. Até sexta-feira, o valor arrecadado era de R$ 4.015,00. A meta é conseguir R$ 40 mil.

    Solução

    A Prefeitura informou em nota que vem solicitando recursos junto ao governo federal para realizar obras de macrodrenagem dos rios de Petrópolis e continua aatuando junto à União para viabilizar a liberação para o projeto. “Cabe lembrar que a questão dos alagamentos na Rua Coronel Veiga é antiga e crônica, se estendo por décadas. Para mitigar os efeitos das chuvas fortes, a prefeitura mantém serviços de limpeza do Rio Quitandinha na região da Cel. Veiga e em outros pontos”, disse.

    “O programa Rio Limpo, por exemplo, retirou mais de 100 toneladas de areia, mato, pedras e lixo do Rio Quitandinha. A Comdep mantém também uma equipe especializada no serviço de limpeza manual, que faz o serviço frequentemente no em diferentes pontos ao longo do Rio Quitandinha, incluindo na Cel. Veiga. Além disso, o trabalho de limpeza e desobstrução de bueiros é realizado frequentemente pelo setor de manutenção viária da Secretaria de Obras. O trabalho é feito de forma manual, com a retirada de lixo e folhagem que atrapalham o escoamento da água, ou então com uso de um caminhão-jato, em caso de obstrução mais intensa”, finalizou. 

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