Cenário instável da pandemia leva produção do Rock The Mountain a adiar evento para o próximo ano
A produção do Rock The Mountain, show que estava previsto para acontecer nos dias 20 e 21 de novembro deste ano, no Parque de Itaipava, anunciou nesta terça-feira (28) que decidiu adiar o evento para o ano que vem. Em nota publicada nas redes sociais, a produção informou que a “instabilidade do cenário atual e incerteza sobre o futuro próximo”, levaram a crer que esse não é o momento adequado para a sua realização.
O evento estava previsto para dezembro do ano passado, mas precisou ser adiado por causa da pandemia de covid-19. Neste ano, mesmo com grandes nomes nacionais confirmados como Caetano Veloso, Gal Costa, Alceu Valença, entre outros; e ainda artistas internacionais, a produção optou pelo adiamento.
Em nota, publicada no instagram do evento, a produção informou:
“Há muito tempo vínhamos trabalhando para que o Rock The Mountain se tornasse uma realidade este ano. Ficamos em casa, com fé e otimismo, até o último momento para as vacinas chegarem a todos e os índices de casos/mortes baixassem.
Baixaram, mas não o suficiente para realizarmos o festival com a consciência tranquila de que estávamos fazendo o certo. Mantivemos contato direto com autoridades de saúde, nossos artistas e equipes de produção, analisando todos os cenários possíveis. Mas a instabilidade do cenário atual e incerteza sobre o futuro próximo, nos obriga a entender, com o coração partido, que ainda não é o momento para nos encontrarmos.
Acreditamos que em novembro os números estejam melhores, mas estamos falando de um Festival que comporta um público muito grande e temos que avaliar o possível impacto negativo que poderíamos causar não só nos envolvidos, mas também na saúde pública da cidade de Petrópolis e demais regiões”.
Trechos da nota da produção do Rock the Mountain
Governo Interino mantém silêncio sobre os critérios para a realização de eventos no município
O prefeito interino Hingo Hammes ainda não se manifestou em relação à realização de eventos no município. No dia 17 de setembro, a assessoria de comunicação da Prefeitura informou à Tribuna que “não há proibição de eventos, mas sim de aglomeração”. A Tribuna tem perguntado ao governo interino quais são os critérios que estão sendo adotados para a concessão da autorização para a realização de eventos, mas não recebemos resposta.
Na semana passada, Hammes publicou duas versões do decreto nº 226/2021. Uma no Diário Oficial do dia 15 de setembro e outra no dia 20 de setembro. Ambas versões são omissas em relação à realização de eventos.
Até o fim deste ano estão previstos alguns shows e feiras com grande público no Parque de Exposições de Itaipava. Um deles é o Samba Itaipava, que deve ser realizado no dia 23 de outubro. De acordo com a estrutura anunciada nas redes sociais do evento, a capacidade de público chega até 2,5 mil pessoas.
Na semana passada, a Tribuna conversou com o empresário Rodrigo Paiva, proprietário da empresa Dois Entretenimento, responsável pelo show, que disse à reportagem que a Prefeitura não havia informado quais eram os critérios e medidas sanitárias que deveriam ser adotadas no evento, e que a produção havia contratado um sanitarista para analisar as medidas que deveriam ser tomadas, caso o evento fosse autorizado.
A Tribuna perguntou à Prefeitura nesta terça-feira (28), se o evento Samba Itaipava tem autorização, mas o governo interino não respondeu. A falta de critérios e regras claras para a tomada de decisões se repete: em abril deste ano, foram implantadas as primeiras medidas de flexibilização para retomada do comércio e economia no município, sem que fossem apresentados à população os critérios epidemiológicos adotados para tais decisões.
Na ocasião, a Prefeitura disse à Tribuna que “a tomada de decisões tem como base tanto a realidade vivenciada na cidade, incluindo aí as questões econômicas e sociais, quantos os dados epidemiológicos e de atendimentos”.
Atualmente, lojas e estabelecimentos como restaurantes e bares têm regulamentadas as medidas sanitárias, como distanciamento de 1,5 metro, e capacidade de ocupação. Inclusive a rede hoteleira também tem a capacidade máxima de ocupação estabelecida, de 70%.
Municípios vizinhos, como o Rio de Janeiro, estão retomando o setor de eventos, como shows e autorização de público em estádios de futebol, mas utilizando regras como o passaporte da vacina e apresentação de teste negativo para a covid-19.