• Caso de empresário que disse deixar funcionários trabalharem com covid será investigado

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  • 14/04/2021 15:54
    Por Victor Carneiro

    O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ), por meio da Procuradoria do Trabalho no Município de Petrópolis, instaurou procedimento
    investigatório para apurar o caso do empresário Nelson Baptista, que afirmou, em entrevista a um portal de notícias, no dia 31 de março, que comprou
    ivermectina para medicar seus funcionários.

    Na ocasião, Baptista disse que já havia ocorrido casos de funcionários serem diagnosticados com o coronavírus e que teriam sido tratados às custas dele. O empresário acrescentou, ainda, que os colaboradores não haviam faltado um dia de trabalho, já que estavam se sentindo bem. Após a repercussão negativa do caso, Nelson Baptista desmentiu, por meio de nota, tudo o que ele próprio havia dito.

    Entenda o caso: Lojista diz que deixa infectados trabalharem e reacende polêmica

    Em nota, o MPT informou que o procurador responsável pelo caso prefere não fornecer mais detalhes sobre a instauração do procedimento investigatório, pois qualquer divulgação das medidas adotadas pode prejudicar a investigação.

    Defesa diz que empresário foi vítima de campanha difamatória, injusta e precipitada”

    Procurada pela Tribuna, a defesa do empresário Nelson Baptista também se pronunciou. O advogado de Nelson Baptista, João Francisco Neto, disse que o dono da loja Oxigênio foi “vítima de uma campanha difamatória, injusta, precipitada e sem fundamento”.

    “Ele tem apenas uma funcionária, que diagnosticada com COVID em setembro de 2020 permaneceu 14 dias em casa em isolamento, como comprovam atestados médicos e documentos contábeis. A Delegada de Polícia analisou tais documentos e mandou arquivar o inquérito. A nova investigação trabalhista, pelo mesmo fato, deverá ser igualmente extinta, porque está provado que ninguém trabalhou com COVID, muito ao contrário”, diz o texto.

    Relembre o caso

    O fato aconteceu no dia 31 de março, em uma manifestação de lojstas, pela reabertura do comércio não essencial, já que o decreto municipal vigente na época, proibia tal atividade. Na ocasião, os empresários queriam se reunir com o prefeito interino, Hingo Hammes, para reivindicar o retorno das atividades.

    Foi, então, que o empresário deu a declaração em uma entrevista ao portal Giro Serra. O assunto ganhou repercussão nacional.

    Após a declaração viralizar nas redes sociais, o vereador Yuri Moura (PSOL) entrou com representação no Ministério Público do Trabalho contra a ação do empresário. O vereador, na época, disse que era “inadmissível, em meio a tantas vidas perdidas por essa doença, que se permitisse uma rotina normal aos trabalhadores infectados pela Covid-19, colocando os mesmos e o resto da população em risco”.

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