• Casa dos Sete Erros será reaberta ao público com o nome original: Casa de Petrópolis

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  • 09/09/2020 15:40

    Fechada desde 2019, a Casa dos Sete Erros vai voltar ao nome original de Casa de Petrópolis e será reaberta ao público como um instituto de cultura ainda este ano. O imóvel, localizado na Avenida Ipiranga, no Centro Histórico, terá visitações, exposições históricas e de arte, concertos musicais, palestras e debates. 

    “A Casa de Petrópolis Instituto de Cultura está se consolidando como um espaço histórico, artístico e cultural, contribuindo não só para o turismo da cidade como também para oferecer à população petropolitana e à todos que a vierem visitar, uma programação de qualidade. Estamos criando alternativa para a vida cultural da cidade, além de ser um local onde se preserva a memória material e imaterial”, disse diretora da casa e também historiadora Rachel Wider, acrescentando que a casa ainda é da mesma família desde a sua construção, em 1879.

    O imóvel passou por algumas reformas e, nesta primeira etapa – após a autorização para a reabertura neste momento de pandemia do Covid-19 – o primeiro andar estará liberado ao público. No espaço além da visitação guiada, onde as pessoas poderão contemplar toda a beleza dos detalhes originais do imóvel, haverá uma sala para exposição permanente de artes plásticas contemporâneas, sob curadoria do artista plástico Luiz Áquila, que é um dos proprietários do imóvel.

    Segundo a diretora, logo na reabertura a Casa de Petrópolis Instituto de Cultura sediará a exposição “Agora” de arte contemporânea, com obras de Luiz Áquila, Beatriz Milhares, Daniel Senise, Marcelo Lago, Julia Miranda e Antônia Dias Leite. “Em um segundo momento o espaço irá receber em seu segundo pavimento a exposição ‘Nas Asas da Panair’ vinda do Museu Histórico Nacional”, revelou Rachel Wider.

    Casa de Petrópolis Instituto de Cultura foi o primeiro nome dado ao imóvel ainda em 1998, contou a diretora. “Sob essa nova gestão recuperamos o nome e com essa nova fase, a casa tem a intenção de servir como um bom exemplo de imóvel tombado, contemplando o aproveitamento do espaço de forma consciente, unindo a preservação com atividades voltadas para a cultura e a história”, frisou Rachel.

    A história e arquitetura de uma das casas mais famosas de Petrópolis

    Sediada no nº 716 da Rua Ipiranga, o imóvel que abriga a Casa de Petrópolis Instituto de Cultura guarda um passado memorável. Sua construção começou em 1879. Seu proprietário, José Tavares Guerra, que havia passado seus anos de estudo na Europa, idealizou sua residência unindo a beleza dos estilos europeus com as modernidades que começavam a surgir no final do século XIX. 

    Sua construção, executada pelo engenheiro alemão Karl Spangenberger e feita com mão de obra de imigrantes, foi concluída em 1884. Seus jardins foram projetados pelo botânico Auguste Glaziou, o mesmo responsável pela reforma dos jardins da Quinta da Boa Vista e da residência do Barão de Nova Friburgo, sendo o único no Brasil que se conserva em estado original.  

    Dezesseis anos depois, a casa recebeu instalação de luz elétrica, sendo a primeira na cidade a ter esse recurso. O imóvel possui também o primeiro relógio de torre de Petrópolis e que se mantém conservado. É considerada uma das três mansões brasileiras do século XIX que ainda guardam suas características originais (as outras duas são a Casa da Hera, em Vassouras e o Palácio do Catete, atual Museu da República, no Rio de Janeiro).  

    Seu estilo arquitetônico é o eclético, usado entre a segunda metade do século XIX e início do século XX, e tem como característica a combinação de vários estilos do passado, formando uma nova linguagem arquitetônica a partir deles. Os painéis distribuídos pela casa foram pintados pelo pintor austríaco Carl Schäffer, com exceção da sala Fumoir, pintada pelo artista italiano Gustavo Dall’Ara. 

    O lustre da sala principal foi feito em bronze banhado à ouro pela fundição francesa Barbedienne, a mesma usada no Palácio de Versalhes. Na sala de música as pinturas no teto recordam as viagens feitas por José Tavares Guerra aos Alpes Suíços, África, Bagdá, Egito, Índia e Palestina. Algumas paredes são revestidas de papel feito à base de pó de ouro.

    O imóvel serviu como moradia da família até 1982, passando por diferentes gestões, até ser fechado no início de 2019, tanto para reformas de urgência quanto para uma reestruturação administrativa.

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