• Ana Beatriz Nogueira, Natália Lage e Kika Kalache estreiam ‘Sra. Klein’ no Teatro Imperial neste fim de semana

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  • Por Aghata Paredes

    Neste fim de semana, nos dias 27 e 28 de abril, o Teatro Imperial, em Petrópolis, receberá o espetáculo “Sra. Klein”, uma obra que explora a complexidade das relações familiares, especialmente a relação tóxica entre mãe e filha. O texto de Nicholas Wright, adaptado por Thereza Falcão, ganha vida sob a direção de Victor Garcia Peralta e um elenco de peso composto por grandes atrizes, como Ana Beatriz Nogueira, também produtora, Natália Lage e Kika Kalache.

    Com os ingressos esgotados em São Paulo e no Rio, a peça se passa em Londres, em 1934, e traz à tona questões profundamente relevantes para os dias de hoje. “Ao se tratar de uma história de uma família disfuncional, ela é comum a todas as famílias. Elas [as personagens] serem psicanalistas é quase uma ironia na peça, porque elas não conseguem resolver algumas coisas pessoais. Então a peça se mantém atual por conta disso. Inclusive, tem uma coisa com esse avanço das extremas direitas no mundo. Estamos falando de um mundo onde o nazismo avançava; são as mulheres que estão no mundo que já em alguns casos – Alemanha e Itália, por exemplo – eram realmente  fascistas ou nazistas”, explica o diretor.

    O texto foi montado por Victor Garcia Peralta há 33 anos na Argentina, e o processo de construção das personagens foi meticuloso, envolvendo meses de pesquisa e exploração dos papéis. “Me atraiu a excelente qualidade do texto e da tradução, além da possibilidade de revisitar um texto que digiri anos atrás em Buenos Aires. O texto é inglês e mantém a atualidade. Sempre que falamos sobre famílias disfuncionais somos atuais. Foi um processo de quase 3 meses com um mês de aprofundamento sobre o texto, mesa e pesquisa, que eu já vinha fazendo e dividindo com as atrizes, lendo estudos sobre a Klein, trabalhos… Foi assim no primeiro mês para no segundo levantar e fazer o espetáculo”, compartilha. 

    Foto: Cristina Almeida

    Ana Beatriz Nogueira, atriz e produtora do espetáculo, destaca a qualidade ímpar do texto. “É um texto muito bem feito, que remete aos clássicos em termos de estrutura, e com o qual o público se identifica demais. Eu me lembro que fiquei com a peça na cabeça desde que a vi. Pensei comigo: ‘Quando for mais velha, eu quero fazer’. A gente deseja fazer certos papéis mais velhos, com a idade da personagem, embora em teatro tudo seja possível. Só que é mais interessante estar mais madura como atriz.”

    Para Natália Lage, que interpreta Melitta, filha de Klein, o que chama atenção na peça são os conflitos entre mãe e filha, já que ambas as personagens precisam encarar a morte de Hans, o filho e irmão mais novo que acaba de morrer. “A relação das personagens não tem nada a ver comigo e a minha mãe, mas, às vezes, esbarra em algum lugar. Como a Klein testou seu método psicanalítico nos dois filhos, a Melitta se sente violada na sua intimidade, questiona essa mistura de vida pessoal com profissional, e entra numa trilha de vingança. Então temos uma lavação de roupa suja das boas”, conta.

    Kika Kalache interpreta Paula, que se divide entre Melitta, sua amiga, e Klein, de quem é discípula. “O encontro das três é forte. A minha personagem é muito observadora, tem menos embates, pois é mais contida. Paula acaba tendo um ponto de vista da história parecido com o do público”, explica.

    Questionado sobre o que os petropolitanos podem esperar do espetáculo, o diretor ressalta a qualidade do público na cidade. “Petrópolis tem um público maravilhoso. Cada vez que eu fiz uma peça em Petrópolis foi fantástico. O público petropolitano pode esperar uma peça excelentemente construída e escrita, interpretada por três grandes atrizes, e que não para de surpreender enquanto se desenrola. Tem um lado quase suspense, com humor sarcástico e drama. Uma peça que tem tudo para manter o espectador atento”, finaliza o diretor.

    As apresentações acontecerão no sábado, às 20h, e domingo, às 18h, no Teatro Imperial, localizado na Rua Marechal Deodoro, nº 192, Centro. Os ingressos variam entre R$ 45 e R$ 140, e a classificação indicativa é 14 anos.

    Mais sobre o Teatro Imperial

    Desde sua inauguração, em novembro de 2023, o Teatro Imperial já recebeu mais de 20 mil pessoas, atraindo não só petropolitanos, mas também turistas e cariocas saudosos de frequentar teatros. Localizado no Centro Histórico, o espaço foi equipado com recursos técnicos de palco, som, luz e projeção visual de referência nacional para oferecer os principais espetáculos das capitais do país. No espaço, o público encontra uma vasta programação teatral, musical e comédias stand-ups.

    Leia também: A nova cena cultural de Petrópolis | Tribuna de Petrópolis

    Sintonize na Tribuna FM, a Rádio Oficial do Teatro Imperial.

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