• Moradores temem que casas interditadas há seis anos desabem

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  • 24/01/2020 17:08

    O alto risco de desabamento de quatro casas interditadas na servidão João Augusto Bernardes, na Rua 24 de Maio, ameaça a segurança de diversos moradores da localidade conhecida como Morro do Estado. As casas foram interditadas há seis anos pela Defesa Civil, e apesar do risco que a construção já apresentava na época, a estrutura ainda não foi demolida, e agora coloca em risco outros moradores.

    “As casas foram desocupadas, mas o risco continua aqui para todos nós. O peso da estrutura não aguenta, está chegando cada vez mais para frente, e só vão vir dar uma solução quando uma tragédia acontecer”, lamenta Diogo Edson da Silva, 33 anos. De acordo com ele, as famílias que moravam ali foram incluídas no aluguel social e não retornaram aos imóveis, mas nenhuma medida foi tomada para evitar outros riscos. “Se foi interditada é porque não pode ficar de pé, era para ter sido demolida, mas até agora nada”, continuou o morador.

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    Em razão do risco da construção comprometida desabar, moradores ao entorno não sabem a quem recorrer ou o que fazer. Cleiton Castilho, 28 anos, e Carine Gerusa, 40 anos, moram ao lado da casa que apresenta a pior estrutura, eles contam que apesar das solicitações para que a Defesa Civil atue no local, além de fotos tiradas das casas, nada mais foi feito. 

    “A fenda era pequena quando eles vieram interditar, mas com os anos foi aumentando. A última vez que atenderam os nossos pedidos para virem aqui, eles fizeram algumas fotos e nunca mais voltaram”, conta Gerusa. “O perigo é visível. Várias crianças passam aqui, e a qualquer hora pode cair, cada vez que chove ajuda a abrir mais, e se tudo cair vai afetar todo mundo, principalmente a casa da minha tia que fica embaixo, porque as chances de cair sobre a casa dela são grandes”, continua Cleiton.

    Uma parte da parede da casa está se soltando do resto da estrutura, de acordo com os moradores, um pequeno pedaço de madeira foi colocado pela Defesa Civil, para evitar que as paredes se soltassem. “Eu acho que só não caiu ainda por causa daquilo, mas não vai aguentar por muito tempo. Nós não podemos demolir por conta própria sem autorização, mas não sabemos o que fazer além de esperar a tragédia acontecer. Nós só queremos melhorias para a nossa comunidade”, disse Diogo.

    Estado precário até nos corrimãos

    Dois corrimãos da servidão também apresentam riscos. Um está com a base completamente solta, o outro, foi remendado com fios e canos. Os moradores relatam que além de diversas crianças que passam pelo local diariamente, há idosos e deficientes que dependem do apoio do corrimão, mas não podem confiar no objeto para subir e descer as escadas, porque estão danificados há três anos.

    “Tem uma senhora que sofreu acidente e precisa usar uma muleta, ela precisa do corrimão para se apoiar e apesar dele estar ali não pode segurar, várias crianças passam por ali, sobem e descem as escadas sem nenhum tipo de segurança. Os moradores precisaram improvisar alguma coisa, uma foi remendada, mas a outra não tem muito o que fazer, porque está toda solta”, relatou Diogo.

    A prefeitura foi questionada sobre os motivos das casas interditadas não serem demolidas, como os moradores devem proceder perante a situação, e se há previsão de intervenção na localidade. Em nota, a Prefeitura informou que “não houve solicitação de vistoria para a servidão Joaquim Augusto Bernardes, na Rua 24 de Maio, neste ano. No entanto, o corpo técnico da Defesa Civil irá ao local verificar a situação. O órgão destaca que são 670 ocorrências cadastradas desde o dia 2 de janeiro e que irá enviar a equipe o quanto antes”. Sobre o corrimão, a prefeitura disse que vai providenciar reparos no equipamento.

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