• Moradores e comerciantes pedem mais policiamento na 13 de Maio

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  • 18/02/2020 16:28

    Moradores e comerciantes da Rua 13 de Maio, no Centro, pedem mais policiamento para a região depois que novos episódios de brigas foram registradas no fim de semana. Nas imagens é possível ver um homem armado no meio da multidão, brigas generalizadas e jovens alcoolizados.

    “Alguma coisa tem que ser feita porque a cada dia está se perdendo mais o controle. Não dá mais para sair de casa às sextas-feiras, dia em que as confusões são mais frequentes. Já encontrei uma barra de ferro encostada no meu portão”, contou um morador.

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    Na última sexta (14), quando os episódios foram registrados, ele assistiu tudo da janela de casa. “Quando a polícia chegou houve aquela correria e dispersou todo mundo. Jogaram spray de pimenta e muitos foram embora. Mas um tempo depois eles voltam e tudo recomeça. Se não houver um policiamento mais ostensivo não vai dar resultado”, disse o morador.

    Para o gerente administrativo do bar Olegário, Gabriel Coelho, os registros de brigas causam prejuízos e afastam os clientes. “O investimento para abrir a casa em dezembro foi alto. Poderíamos ter escolhido outros pontos da cidade, como Itaipava, por exemplo, mas decidimos vir para a 13 de Maio porque o local está crescendo. Mas os nossos clientes já estão ficando com medo. A quantidade de pessoas que ficam na rua e nas calçadas é impressionante e boa parte delas não consomem nos bares. Não há segurança nem para os nossos funcionários quando saem daqui depois que o bar fecha”, comentou o gerente.

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    Um grupo de moradores se reuniu e montou uma comissão para buscar soluções para o local: “A ideia é criar uma associação de moradores para pleitearmos melhorias para a região. Estamos em pleno Centro Histórico. Os turistas passam por aqui, as pessoas de bem não podem mais passar por aqui a partir das 21h, porque há uma baderna generalizada. Armas, drogas, sangue no chão, vandalismo, o comércio em geral tendo que se cercar. Os comerciantes agora estão se unindo aos moradores porque é uma causa comum. É uma causa da sociedade”, analisou uma moradora. 

    Segundo o delegado titular da 105ª Delegacia de Polícia (DP), Claudio Batista, as imagens já estão sendo analisadas para que os envolvidos sejam identificados. 

    Para o proprietário do bar Pellegrini, Augusto Pellegrini, é preciso avançar mais nas investigações e punir de alguma forma os culpados. “A impunidade faz com que as confusões se tornem mais frequentes. Eles sabem que nada vai acontecer. É preciso mais rigidez e uma investigação mais rigorosa. Quando as primeiras confusões começaram, nós fomos os punidos com a obrigatoriedade no horário do fechamento. Agora com esses novos episódios que não sejamos punidos novamente”, pontuou o empresário.

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    O toque de recolher imposto pela Prefeitura no ano passado foi uma medida adotada depois de vários episódios de violência, entre eles a de dois homens em uma motocicleta que fizeram diversos disparos no local. Uma jovem foi atingida na perna. Como forma de coibir os crimes, a Prefeitura estabeleceu um horário de fechamento dos bares que vigora até hoje.

    A medida foi aprovada pelos moradores, mas após os incidentes do fim de semana, eles acreditam que novas intervenções precisam ser feitas. “Com os bares tendo horário para fechar, não temos que conviver com a baderna até de manhã cedo. Mas as brigas continuam depois que os bares fecham. É uma multidão na rua bebendo, usando drogas e arrumando confusão. É preciso ter fiscalização mais intensa por parte das autoridades”, comentou outro morador.

    O vereador Jamil Sabrá protocolou  solicitação para que a Prefeitura e a Polícia Militar tomem medidas efetivas de segurança para coibir brigas e acabar com tumultos na Rua 13 de Maio. “O que precisa ser feito ali são ações efetivas durante toda a madrugada e não só até o horário de fechamento dos bares. Essa situação não pode continuar assim de maneira alguma. É necessário a intervenção urgente e efetiva da prefeitura e da polícia, mas de maneira constante. Em conversa com os moradores o que nos foi passado é que as ações sempre ocorrem após vídeos tomarem conta das redes sociais, mas, de duas a três semanas depois, o trabalho não ocorre mais. Não é isso que os moradores, comerciantes e frequentadores que vão buscar diversão de forma saudável querem, essas pessoas querem se sentir seguras”, alertou Sabrá. 

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    Segundo o comandante do 26ºBPM, tenente-coronel Cristoph Carvalho Bezerra Leite, a corporação está trabalhando numa nova forma de atuação para coibir os episódios de violência na Rua 13 de Maio. “Isso deve ser realizado em cooperação com os demais órgãos de segurança e é nesse sentido que estamos caminhando”, comentou. “Estamos trabalhando as informações para identificar os envolvidos e apresentá-los à delegacia”, acrescentou.

    O comandante ressaltou ainda que os episódios de violência vem reduzindo devido à ação conjunta com outros órgãos de segurança. “Esses fatos têm sido mitigados através da ação conjunta de vários órgãos estaduais e municipais tais como, PM, PC, Conselho Tutelar, Guarda Municipal, CPTrans, Setor de Postura Municipal”, disse o tenente-coronel.

     

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