• Justiça revoga prisão temporária de Nelson Sabrá e mais 11 investigados por esquema de corrupção na Eletronuclear

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  • 25/06/2020 16:10

    O desembargador Antonio Ivan Athie, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, concedeu no início da noite desta quinta-feira (25) liminar revogando a prisão temporária dos 12 investigados na ação que apura um esquema de corrupção na Eletronuclear. Entre eles está o ex-deputado Nelson Sabrá, filho do ex-prefeito de Petrópolis Jamil Sabrá. Segundo o advogado João Francisco, Nelson Sabrá está preso em Benfica e deve ser liberado nesta sexta-feira (26), assim como os demais investigados que tiveram a prisão temporária decretada pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

    “O desembargador reconheceu o óbvio. A ação foi desproporcional, absurda ilegal”, afirmou o advogado, ao anunciar a expedição do alvará de soltura. Mais cedo, ele já havia criticado a ação. “Causa perplexidade e indignação esta prisão temporária contra um septuagenário, no meio de uma pandemia. Os fatos teriam acontecido há quase uma década e se baseiam na palavra de um delator, que não apresenta provas do que alega. Cuida-se de uma violência jurídica sem paralelo”, afirmou, antes da revogação da prisão. 

    Nelson Sabrá é apontado pela Justiça como integrante do núcleo econômico de uma organização que lesava os cofres da Eletronuclear. A ação investiga desvios de recursos em contratos milionários com a estatal. Nelson Sabrá, segundo a investigação, atuava como interlocutor dos pagamentos indevidos à Eletronuclear e usava duas empresas da sua família (BJS Consultoria e Projetos LTDA e BJS Logística e Manutenção LTDA-ME) para que outras empresa (Allen Rio Serviços e Comércio de Produtos de Informática LTDA, SNC Lavalin e Aceco TI LTDA) repassassem valores ilícitos. 

    De acordo com o Ministério Público Federal, as negociações aconteceram em dois períodos – 2010 e depois entre 2012 e 2013. Além disso, os investigadores conseguiram com a quebra de sigilos bancários e fiscal das empresas, até a data de maio de 2017, identificar depósitos volumosos da Eletronuclear para a Allen e desta para as empresas de Nelson Sabrá.

    Ao revogar a prisão temporária de Sabrá, Ana Cristina da Silva Toniolo, Silas Rondeau Cavalcante Silva, Aníbal Ferreira Gomes, Luis Carlos Batista de Sá, Paulo Sérgio Vaz de Arruda, Álvaro Monteiro da Silva Lopes, Pérsio José Gomes Jordani, João Lúcio dos Reis Filho, Sérgio Mauro Letichevsky, José Eduardo Telles Villas e Patrício Junqueira, o deserbargador Antonio Ivan Athie cita que a medida “viola o prinípio constitucional da não incriminação e da presunção de inocência”.  

    Leia também: Empresários de Petrópolis são alvos de operação que investiga desvio de dinheiro no Governo do Estado

     

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