• Denúncia de ‘rachadinha’ leva Justiça a determinar novo afastamento do vereador Wanderley Taboada

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  • 24/06/2020 12:51

    Um mês depois de voltar à Câmara Municipal de Petrópolis, o vereador Wanderley Taboada será novamente afastado do cargo. O Terceiro Grupo de Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça do Rio acatou pedido do Ministério Público Estadual em procedimento investigatório de denúncia de “rachadinha” e determinou o afastamento do parlamentar. Segundo a denúncia, uma ex-assessora era obrigada a repassar ao vereador R$ 900 mensais do seu salário líquido, de R$ 2,3 mil. O TJ também determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do parlamentar no período de três anos, de 01/06/2016 a 01/06/2019.

    Segundo denúncia do Ministério Público, a ex-funcionária trabalhou no gabinete do vereador de janeiro de 2017 a agosto de 2018 e, neste período, era obrigada a repassar ao parlamentar parte da renda líquida mensal. Ela comprovou, por meio de extratos bancários, o saque mensal do dinheiro e, em depoimento, disse que o valor era entregue em mãos ao vereador denunciado, dentro do seu gabinete na Câmara Municipal. Neste período, a funcionária fez 20 saques e entregou ao parlamentar um total de R$ 18 mil. 

    Ao MP, ela afirmou que o repasse de R$ 900 do seu salário foi uma exigência feita antes de sua nomeação no cargo de assistente parlamentar, como condição para que ela fosse indicada e permanecesse na função. 

    Na decisão, datada de 13 de junho, o desembargador Luiz Noronha Dantas cita a importância das medidas cautelares que alcançam o exercício da função pública, “uma vez tendo emergido como suficientemente estabelecido o desvirtuamento na utilização do respectivo cargo à implementação da prática criminosa”. 

    Wanderley Taboada ficou afastado da Câmara de janeiro de 2019 a maio deste ano, por determinação judicial. Ele é um dos investigados no processo que apura a origem e o destino do dinheiro encontrado no compartimento da banheira de hidromassagem na casa do vereador Paulo Igor, em 2018. Na época, havia maços de dinheiro separados, com papéis que indicavam, segundo a investigação, iniciais de nomes de vereadores que receberiam o dinheiro, em troca de apoio político a Paulo Igor, então presidente da Casa Legislativa. Taboada e outros três vereadores voltaram às suas cadeiras na Câmara depois de terem conseguido na Justiça habeas corpus autorizando a recondução aos cargos.     

    A Tribuna tentou falar com o vereador, mas ainda não obteve retorno.

     

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