Com falta de medicamentos, cirurgia oncológica não pode ser marcada no HAC

Devido à falta de medicamentos no centro cirúrgico do Hospital Alcides Carneiro (HAC), a idosa Vanda Gonçalves Koebsch, de 70 anos, não pode marcar uma cirurgia oncológica na unidade. A denúncia foi feita pela família da paciente, que vai procurar a justiça para conseguir o atendimento. Em nota, a prefeitura desmentiu a família, informando que “não existe falta medicamentos no Centro Cirúrgico do Hospital Alcides Carneiro” e que “a paciente citada já tem sua cirurgia programada com médicos especialistas em oncologia ginecológica para os próximos dias”.

Só nesta quarta-feira (2), a Defensoria Pública ajuizou duas ações para garantir as cirurgias de duas pessoas com câncer na rede pública. O órgão também vai solicitar à Prefeitura informações sobre a fila dos pacientes oncológicos que aguardam pelos procedimentos.

“Minha mãe descobriu o câncer no útero há um ano e foi uma luta conseguirmos todos os exames. Tivemos que recorrer à Defensoria para que ela fizesse a tomografia. Depois de desse tempo todo e com todos os resultados, ela foi no médico na segunda-feira (30), mas a médica informou que os procedimentos não estão sendo agendados devido à falta de medicamentos”, contou a filha Érika Koebsch.

Ela contou que a mãe tem sangramento diário e está com a saúde debilitada. “Se não resolverem, vamos procurar a justiça novamente. Ela precisa operar, a médica confirmou a gravidade da situação dela. Não posso ver minha mãe sofrendo e não fazer nada”, lamentou a filha. 

Ainda em resposta à denuncia, a prefeitura informou que “a paciente ainda deve passar por consulta com um médico anestesista, para que o profissional solicite exames que fazem parte do risco cirúrgico para o procedimento. Vale dizer, também, que a paciente não se encontra, hoje, pronta para a realização da cirurgia devido ao não cumprimento, ainda, das etapas pré-cirúrgicas. A paciente deu entrada com o pedido de cirurgia no último dia 30 de novembro e já se encontra inserida no sistema da unidade para a realização do procedimento.”

Em setembro, a Prefeitura retomou as cirurgias eletivas, exames e consultas que estavam suspensos desde março, devido à pandemia de covid-19. No entanto, de acordo com o município, os atendimentos oncológicos foram mantidos durante todo o período.

** Matéria atualizada às 15h do dia 02/12/2020.

Leia também: Defensoria Pública cobra da prefeitura esclarecimentos sobre protocolos de atendimento a pacientes com covid-19