Empresários de Petrópolis são alvos de operação que investiga desvio de dinheiro no Governo do Estado
Os empresários José Antônio Carauta de Souza Filho e Gustavo de Carvalho Meres foram alvos na manhã desta quinta-feira (25) da Operação Pagão, deflagrada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC/MPRJ). Eles são suspeitos de integrarem uma organização criminosa que desviou mais de R$ 9,1 milhões dos cofres do Governo do Estado por meio de um contrato com a organização social Instituto dos Lagos Rio.
Foram cumpridos sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão expedidos contra 12 denunciados pelos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. De acordo com o Ministério Público, todos eles são integrantes da organização social de saúde que desviava recursos dos cofres do Estado.
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Além de José Antônio Carauta de Souza Filho e Gustavo de Carvalho também foram alvos: Juracy Batista de Souza Filho, que ocupou papel central no esquema de desvio de recursos públicos, dirigindo e coordenando a atividade dos demais; seus filhos Fabio Figueiredo Andrade de Souza e Fernanda Andrade de Souza Risden; seu cunhado José Marcus Antunes de Andrade; os ex- dirigentes Sildiney Gomes Costa, José Carlos Jorge Lima Buechem, Hugo Mosca Filho e os empresários Renê Borges Guimarães, José Antonio Sabino Júnior e José Pedro Mota De Sousa Ferreira. A denúncia foi recebida pelo Juízo da 35ª Vara Criminal da Capital.
José Antônio Carauta de Souza Filho e Gustavo de Carvalho também são sócios de uma empresa que prestou serviços para a Câmara Municipal de Petrópolis. Um deles, Gustavo é filho e Tuffi Soares Meres – ambos foram alvos de operação em 2013 na Prefeitura de Natal, no Rio Grande do Norte, também por desvio de dinheiro em contratos com a Secretaria de Saúde daquela cidade.
Entenda a investigação
Segundo o Ministério Público, o Instituto dos Lagos Rio teve empenhados em seu favor R$ 69 milhões entre os anos de 2012 e 2019, para a gestão de unidades de saúde do Estado do Rio de Janeiro. A denúncia demonstra, ainda, que a organização social não dispunha de aptidão para assinar contratos de gestão com o Estado, mas forjou sua capacitação técnica com a obtenção de atestados técnicos falsos.
O desvio de dinheiro se dava com o pagamento de valores superfaturados em favor de empresas, sob o pretexto da aquisição de produtos ou terceirização de serviços necessários ao atendimento das UPAs e hospitais administrados pelo Instituto Lagos Rio. Segundo as investigações, essas contratações de serviços e as aquisições eram direcionadas para empresas pré-selecionadas, controladas ou previamente ajustadas para o esquema.
Depois que o pagamento superfaturado era realizado, o repasse dos valores excedentes era feito aos dirigentes da organização criminosa ou para terceiros indicados por eles. Segundo MP, o repasse ocorria com dinheiro em espécie, sacados na boca do caixa para ocultar a verdadeira destinação dos recursos públicos desviados ou ainda utilizando empresas de fachada.