Linha de crédito para financiar folhas de pagamento não chega a todas as empresas
A linha de crédito para o financiamento da folha de pagamento, oferecida com recursos do Tesouro Nacional, apesar de positiva, não beneficia a todas as empresas. Segundo o diretor do Sicomércio, Marcelo Fiorini, as regras impostas pela entidade impedem que muitas micro e pequenas empresas tenham acesso a esse crédito. A medida foi anunciada em março e o dinheiro começa a ser liberado a partir do dia 20. De acordo com as regras do programa, os valores serão depositados diretamente na conta do empregado.
“Esse dinheiro não está chegando na ponta. Micro e pequenas empresas não serão beneficiadas devido às regras, que exigem, entre outras coisas, que a empresa tenha um convênio com o banco para conta-salário para que o dinheiro seja depositado na conta do trabalhador. Isso vai dificultar, e muito, que essas empresas, que são maioria na cidade, tenham acesso a esses recursos”, disse Marcelo Fiorini.
A linha de crédito já é anunciada por todos os bancos da cidade – tanto os públicos quanto os privados, incluindo o Banco do Brasil, que, até ontem, não dava detalhes aos clientes sobre a linha de crédito. Segundo o superintendente do Banco do Brasil (BB), Carlos Giovanni, vários clientes (empresas) que têm o perfil que atende as regras do programa já foram chamados pelo banco. “Nos nossos cadastros identificamos quem tem o perfil e oferecemos a linha de crédito, que começa a ser disponibilizada no dia 20. Nossas agências estão abertas para atender e orientar as empresas que se interessem e queiram tirar dúvidas sobre o programa, que tem como principal objetivo a manutenção dos empregos”, disse o superintendente.
De acordo com as regras do programa, para obter a linha de crédito é preciso ter um faturamento anual de R$ 360 mil até R$ 10 milhões anual. A carência é de seis meses e os juros são de 3,75% ao ano. O pagamento pode ser feito em até 30 vezes. O crédito vai quitar duas folhas de pagamento (abril e maio) e quem conseguir o crédito não poderá demitir os funcionários por pelo menos dois meses após a contratação do programa.
A linha de crédito está sendo normatizada por meio de Medida Provisória (MP) editada pelo governo federal. “Todos estão sofrendo e para isso precisamos de programas que realmente atendam a esses micros e pequenos empresários. Linhas de crédito com juros baixo, sem carência. É isso que vai salvar e modificar esse cenário que está ruim e complicado para todos”, ressaltou Marcelo Fiorini.