• Quando a casa é a rua, como se proteger do risco da contaminação pelo coronavírus?

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  • 03/04/2020 18:56

    A recomendação é para ficar em casa, mas quando a casa é a rua, onde a parcela da população mais vulnerável pode se proteger da contaminação do coronavírus? O atendimento médico que é concentrado pelo Consultório de Rua está sem médico há meses. A Secretaria Municipal de Saúde ainda aguarda a contratação de um profissional por meio do programa Mais Médicos, sem previsão de quando acontecerá. Além disso, o atendimento no Centro Pop sofre restrições devido às medidas de prevenção do Covid-19.

    Sem o profissional médico, a checagem da saúde da população em situação de rua, e das pessoas que buscam o Centro Pop e o Núcleo de Integração Social (Nis), tem sido feita por uma enfermeira. Segundo a Secretaria, a checagem é feita duas vezes ao dia, seguindo o protocolo montado de acordo com as normas do Ministério da Saúde. Petrópolis tem atualmente cerca de 150 pessoas que vivem nas ruas.

    Na última semana, a Mitra Diocesana de Petrópolis cedeu uma casa para acolher pessoas em situação de rua que apresentem sinais de contaminação pelo Covid-19. A casa tem capacidade para 20 pessoas. A Casa da Cidadania também disponibilizou o espaço para acolhimento, com capacidade para 20 pessoas. Segundo a Secretaria, até agora, nenhuma das pessoas em situação de rua que são assistidas apresentou sintomas da doença e precisou ser isolada.

    No Centro Pop, o atendimento de rotina está restrito às atividades básicas neste período. Os usuários que chegam ao local são avaliados e encaminhados a um tanque instalado para higienização das mãos e, em seguida, orientados a tomar banho, além de serem monitorados. Segundo a Secretaria, além de orientação sobre o Covid-19, está sendo oferecido um dispenser com álcool em gel como medida preventiva.

    Quem vive nas ruas dos distritos ainda enfrenta as dificuldades do deslocamento até os centros de acolhimento. A maior parte desses moradores não é atendida no Centro Pop e no Nis, e dependem apenas da visita do Consultório de Rua. A Prefeitura informou que as pessoas dos distritos recebem o mesmo atendimento, mas não especificou como é feito nos locais mais distantes.

    Segundo a Prefeitura, algumas medidas foram tomadas para evitar a contaminação e proteger a população de rua neste período. Nas duas casas disponíveis para acolhimento das pessoas que apresentaram sintomas da doença, terá equipes formadas por enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos e educadores. Em parceria da Secretaria de Saúde e o apoio da Guarda Municipal.  Toda a logística para a alimentação dos usuários também já foi definida.

    Os assistidos recebem quentinhas e tickets para almoço gratuito no Restaurante Popular. Medidas de higienização também estão sendo feitas pelas equipes que atendem os usuários.

    No Nis, foram montadas tendas da Defesa Civil destinadas para os acolhidos recentes, sendo encaminhados para dormitório após descarte de qualquer suspeita de contaminação. Os alojamentos foram readequados com prioridade para idosos que não sejam, num primeiro momento, portadores de nenhuma doença crônica. As áreas em comum estão sendo higienizadas mais vezes ao dia. O NIS acolhe, hoje, 48 pessoas. Mas o número é flutuante.

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