Exposição leva visitantes a passeio por bibliotecas reais e imaginárias
Caminhar entre estantes de uma biblioteca remete os visitantes a muitos pensamentos e sensações. Sem sair do lugar, os livros podem ser passaporte para uma viagem ou um lugar de descanso. Em um universo imersivo com realidade virtual, a exposição “A Biblioteca à Noite”, inspirada no livro de mesmo nome do escritor argentino Alberto Manguel, transporta o visitante para dez bibliotecas reais e imaginárias ao redor do mundo. Um convite a uma ligação pessoal e uma nova percepção sobre os livros e a memória.
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A exposição internacional foi inaugurada em 2015, para celebrar o 10º aniversário da Biblioteca e Arquivos Nacionais de Quebec, passou pela França e Moscou. No Brasil, foi apresentada em São Paulo e, agora, está sendo exibida no Sesc Copacabana, no Rio de Janeiro, até o dia 26 de janeiro de 2020. A produção é do diretor canadense Robert Lepage e a Companhia Ex Machina.
Biblioteca de Alexandria
Com óculos de tecnologia de imersão 3D 360º VR, o público é transportado a bibliotecas como a da Abadia de Admont, na Áustria, a maior biblioteca monástica do mundo, construída no Iluminismo. Ou à famosa Biblioteca de Alexandria que é considerada a mãe de todas as bibliotecas. Apesar de ter sido destruída de forma trágica, renasce, e é inaugurada em 2002, e o visitante conhece as duas sob uma perspectiva única.
Biblioteca de Nautilus
Ainda jovem, Alberto Manguel era leitor dos livros de Júlio Verne. E na exposição o visitante pode entrar no imaginário do autor na Biblioteca de Nautilus, inspirada no livro “Vinte Mil Léguas Submarinas”. A mistura da realidade virtual e o imaginário leva o visitante a pensar sobre o lugar e a memória dos livros até o momento atual. Como as bibliotecas são lugares de história física e temporal.
No Templo de Hase-Dera, no Japão, no século XVI, onde os monges copistas registravam as palavras de Buda, os manuscritos são guardados em um rinzo. Uma imensa prateleira giratória que desencadeia o tilintar de sinos que são fixados a ela. Conta o autor que esses sons têm como objetivo espantar os maus espíritos que assombram a biblioteca. A Biblioteca Nacional de Sarajevo, construída no fim do século XIX, em estilo arquitetônico neomourisco, foi quase totalmente destruída em 1992, durante o cerco à cidade. Acontecimento marcante da guerra civil, que durou até 1995.
Biblioteca de Copenhague
A Biblioteca de Vasconcelos, na cidade do México, que se assemelha a uma enorme arca moderna, onde livros, prateleiras e conhecimento flutuam no espaço. A Biblioteca da Universidade de Copenhague, construída em 1855, na grande época de arquitetura neogótica. Hoje em dia, tem apenas um valor patrimonial. É uma biblioteca de uma época passada, composta de livros perdidos em prateleiras sem endereço, que são chamados de livros mortos.
Biblioteca do Parlamento de Ottawa
A Biblioteca do Parlamento de Ottawa, um lugar que guarda essencialmente documentos legais. Tem a presença predominante de uma estátua da rainha Vitória, contribuindo para sua solenidade. A Biblioteca de Sainte-Geneviève em Paris, inaugurada em meados do século XIX, o edifício foi testemunha de vários avanços tecnológicos. O mais importante deles foi a introdução da iluminação a gás, que permitiu estender o horário de funcionamento da biblioteca para além do que era permitido pela luz natural do sol. E a Biblioteca do Congresso Americano, na cidade de Washington, proporciona ao visitante uma visão em 360 graus através das janelas circulares da cúpula da Biblioteca do Congresso.
Além disso, o visitante conhece uma reprodução da biblioteca francesa do próprio Alberto Manguel, ficando mais próximo do universo do autor. Toda a exposição é interativa e conta com uma programação com seminários, shows, saraus poéticos, espetáculos teatrais, oficinas e feiras de troca de livros. A entrada é gratuita, mediante agendamento prévio pela página da exposição na internet. As visitas acontecem de terça-feira a domingo, das 9h30 às 20h, no Sesc Copacabana, que fica na Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana.