Família que perdeu tudo em incêndio vive drama pela segunda vez
A família de Ingrid Tatiane da Silva Fernandes, de 24 anos, que perdeu tudo durante um incêndio ocorrido na manhã da última quinta-feira (28), na localidade do Alto Pegado, no distrito de Pedro do Rio, precisa urgente de doações. Roupas, sapatos, alimentos, material escolar e utensílios domésticos são alguns dos itens que eles estão precisando. A família está morando na casa de parentes que fica na mesma região e as doações podem ser entregues na Estrada de Secretário, número 230.
"Todas as vezes que olho para os meus filhos penso que eles não poderiam estar mais aqui. Foi por muito pouco que não aconteceu uma tragédia ainda maior", contou a moradora. Na casa da família, moravam Ingrid (que está grávida de sete meses), os dois filhos de três e cinco anos (Elisa e Kleber Lucas) e o marido, Mizael Teodoro Gomes da Silva, de 28 anos. Na hora do incêndio, estava na residência o pai e as crianças, além do irmão de Ingrid, de nove anos.
"Estava trabalhando e não acreditei quando disseram que a minha casa estava pegando fogo. Quando cheguei, fiquei em choque. Minha filha ainda está assustada com tudo que aconteceu. Estamos com a roupa do corpo e não tenho mais nada", disse a moradora. Esta foi a segunda vez que Ingrid perde a casa. Em 2011, na tragédia do Vale do Cuiabá, em Itaipava, ela morava com a mãe, o padastro e as irmãs no ponto final do bairro que foi devastado pela tempestade. A casa foi levada pela enxurrada e a família só sobreviveu porque se abrigou dentro de um ônibus.
"A parede do meu quarto desabou e eu fiquei presa. Meu padastro conseguiu me puxar e fomos para a casa de um vizinho. Só que a casa também estava sendo arrastada pela chuva e só nos restou entrar no ônibus que estava no ponto final. Ficamos algumas horas ali até que a água baixou e conseguimos, pelo meio do mato, chegar a uma igreja e conseguir ajuda. Eu tinha 15 anos e, como aconteceu agora, perdi tudo o que tinha. A primeira vez foi pela água e agora pelo fogo", contou Ingrid.
Ela trabalha como balconista em uma padaria na região de Pedro do Rio e o marido, que é pedreiro, está desempregado. No dia do incêndio, a família estava sem luz (havia sido cortada por falta de pagamento) e por isso velas estavam sendo usadas. "Eu consegui uma extensão com o vizinho para ligar a televisão e assistir com meus filhos, neste momento as velas não estavam acesas, mas havia um pacote em cima da geladeira. O meu filho acabou pegando algumas velas para brincar. Foi quando o fogo começou", lamentou. A família morava de aluguel e no momento estão procurando outra casa.
O fogo começou no quarto das crianças onde elas estavam brincando e rapidamente se alastrou pela casa. O Corpo de Bombeiros foi acionado por vizinhos, mas não houve tempo de salvar o imóvel. O telhado ficou bastante prejudicado e parte dele já desabou. A Defesa Civil (DC) também fez vistoria e interditou a residência.
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