Tarcísio anuncia Natalia Resende na ‘supersecretaria’ e Arthur Lima na Casa Civil
O governador eleito de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou nesta sexta-feira, 25, mais dois nomes para compor o secretariado do Estado a partir do ano que vem.
O advogado Arthur Lima vai assumir a Casa Civil e a procuradora federal Natalia Resende Andrade Avila fica com a “supersecretaria” de Infraestrutura e Meio Ambiente, que também vai incorporar a atual pasta de Logística e Transportes.
Tarcísio afirmou ainda que o presidente do PSD, Gilberto Kassab, “provavelmente” será convidado à secretaria de Governo e vai comandar as relações parlamentares. “Kassab está sendo estudado. Tem uma grande habilidade política, um grande estrategista, vai somar muito também na interface política”, afirmou.
Graduada em direito e engenharia civil, Natalia Resende é procuradora federal e foi consultora jurídica no ministério da Infraestrutura. Também é professora na PUC Minas e doutorando em recursos hídricos. Também atuou na coordenação da Câmara Nacional de Infraestrutura e Regulação (CNIR/CGU). Ela esteve com Tarcísio na Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Segundo o governador eleito, Resende auxiliou na estruturação de “uma centena de leilões”. É a primeira mulher anunciada para o secretariado.
A nova secretaria vai comandar, por exemplo, estruturas como a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). A nova secretária terá em mãos um orçamento de cerca de R$ 18 bilhões.
Segundo Tarcísio, a proposta de privatização da Sabesp ainda está na mesa, mas será avaliada no começo do governo “para saber se esse seria o caminho que traria mais recursos em um prazo mais curto”. “A gente vai realmente começar a estudar isso. Se for esse o melhor caminho para a sociedade é esse caminho que a gente vai adotar”, completou.
Tarcísio minimizou a dificuldade de conciliar as pautas ambientais com a de transporte e infraestrutura em uma só secretaria. “Eu vejo que a ideia de juntar não é enfraquecer, mas criar sinergia, facilitar o planejamento e melhorar o esforço de gestão. Harmonizar infraestrutura e sustentabilidade é perfeitamente possível”, disse, citando a possibilidade de facilitar a avaliação de impacto e licitação de obras.
Já Lima compõe o quadro de secretários indicados pelo próprio governador eleito e é considerado um nome técnico, que não tem filiação partidária. Ele é advogado e bacharel em ciências militares pela Academia Militar das Agulhas Negras. O novo chefe da Cada Civil chegou a ocupar o cargo de diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (atual Infra S.A.) e foi diretor-executivo do Fundo de Saúde da Secretaria de Saúde do governo do Distrito Federal.
Ele atuou como um auxiliar da confiança estrita de Tarcísio no Ministério da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL) e agora é um dos coordenadores do grupo de transição.
A ideia é que a Casa Civil de Lima fique mais focada em projetos e contratos, enquanto Kassab cuidaria das articulações políticas com a Assembleia Legislativa de São Paulo e com o governo federal.
“A Casa Civil vai ter o papel de ser o centro de governo. Vai ser o órgão responsável por dar governança, fazer articulação e monitoramento de todas as secretarias. Vai coordenar o trabalho das demais e arbitrar os conflitos. Também vai acompanhar o impacto regulatório das decisões”, disse.
Como mostrou o Estadão, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, também vai assumir um cargo na administração paulista, na secretaria de Governo, mas o anúncio ainda não ocorreu.
Durante evento promovido pelo grupo Esfera Brasil, no Guarujá, porém, Kassab disse não ter recebido convite para o cargo. “Vou ajudar o governador Tarcísio nas missões desejadas. Não houve esse convite. Se houver, vou ficar honrado. Será uma honra participar do seu governo se ele achar adequado”, disse.
O embarque oficial de Kassab no secretariado fortalece o poder do dirigente em contraste à pressão bolsonarista por cargos no governo. Mais cedo, Tarcísio se reuniu com o ministro das Comunicações, Fabio Faria (PSD), o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e com o advogado-geral da União, Bruno Bianco.