• Contra lockdown, presidente interino da Câmara se preocupa com vinda de turistas: “sistema pode colapsar”

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  • 25/03/2021 18:08
    Por Luana Motta

    O presidente em exercício da Câmara Municipal, vereador Fred Procópio (PL), afirmou em entrevista à Tribuna, que o lockdown não é a melhor solução neste momento, por conta dos reflexos econômicos.

    Procópio acredita que os empreendedores do município não tem fôlego para aguentar mais um fechamento. O presidente em exercício da Câmara também criticou duramente o serviço de transporte público que vem sendo ofertado durante a pandemia.

    Em entrevista à Tribuna na quarta-feira (24), antes da publicação dos decretos do Governo do Estado e da Prefeitura, Fred Procópio disse ser contrário a adoção do lockdown neste momento. E expressou preocupação com o possível aumento de turistas na cidade nos próximos dias, por conta das medidas restritivas que estão sendo adotadas nos municípios vizinhos.

    “Petrópolis vai virar a capital do Estado e pode colapsar por causa de turistas”

    “Hoje a gente tem certeza que a economia local não comporta um lockdown, a gente vai esperar o que vai sair do Governo do Estado pra moldar o que tem nossa característica. De antemão, em relação ao turista, a van e o ônibus de exclusão, já sabemos que vai ser um problema. Alguma medida nessa direção o prefeito [interino, Hingo Hammes] vai tomar, e fará em seguida à determinação do Estado”, disse.

    Fred já previa que as medidas em relação a entrada de turistas fossem endurecidas. A previsão acertou em relação a suspensão da entrada de ônibus e vans de excursão.

    Mas o decreto nº 50/21, manteve a medida anunciada na última segunda-feira, dia 22, em que condiciona a entrada de turistas e não moradores da cidade à apresentação de um voucher de compras nos polos de moda ou comércio do Centro Histórico, ou à apresentação da reserva na rede hoteleira local.

    Municípios vizinhos, como Teresópolis, que enfrenta uma grave crise no sistema de saúde, restringiu as barreiras apenas a moradores ou pessoas que tenham imóveis na cidade.

    Já os municípios do Rio e de Niterói, que adotaram o recesso de dez dias, optaram por seguir as medidas determinadas do Estado, mas foram além: proibiu o funcionamento presencial de bares e restaurantes, por exemplo.

    “Com certeza, com o fechamento do Rio de Janeiro, Petrópolis vai virar capital do Estado. Vai colapsar o sistema por causa de turista. Algumas coisas vamos ter que adaptar”, disse Fred Procópio.

    Vereador diz que empresas de ônibus trataram a cidade de forma “predatória”

    O vereador também criticou a oferta de transporte público durante a pandemia. Embora tenha sido requisitado desde o ano passado pelo Ministério Público, Prefeitura por meio de uma medida Judicial e até objeto de denúncia ao Ministério Público feita pelo vereador Yuri Moura (PSOL), o total da frota dos ônibus das cinco empresas que operam na cidade não foi restabelecido.

    “A forma como as empresas de ônibus trataram a cidade e trataram a pandemia, foi uma forma extremamente predatória, exclusivamente de interesse econômico. Não houve preocupação com aspecto sanitário e social da cidade”, critica Fred.

    Na última terça-feira (23), a Câmara aprovou um projeto de lei que autoriza que ônibus e vans escolares sejam utilizados como transporte alternativo durante a pandemia. A proposta é dos vereadores Yuri Moura (PSOL), Júnior Coruja (PSD) e Júnior Paixão (DC). Mas a sanção ainda depende da apreciação do prefeito interino.

    “O transporte alternativo está longe de ser um modal de transporte que a cidade almeja, a gente quer um transporte público estruturado, que funcione. Mas se quem está aqui não quer prestar o serviço, vamos arrumar uma outra maneira de desafogar o sistema e proteger as pessoas”, disse o presidente em exercício da Câmara.

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