‘Guarany – Eu sou o menino do Cinema Paradiso’ começa a ser rodado em Petrópolis
Documentário aprovado no Edital do Fundo Municipal de Cultura, vai contar a trajetória de Jacy Guarany, pioneiro no rádio e no cinema e um dos mais importantes personagens da história audiovisual de Petrópolis.
Uma das funções da arte de qualquer segmento é valorizar as raízes culturais da sociedade, incluindo os personagens chaves na evolução dessa história. E esse é o objetivo principal do documentário “Guarany – Eu sou o menino do Cinema Paradiso”, aprovado no edital do Fundo Municipal de Cultura e que começa a ser rodado neste mês em Petrópolis.
O filme conta a história de Jacy Guarany, pioneiro em exibição e produção audiovisual, através das memórias de seu filho, Gilberto Guarany, outro personagem extremamente relevante na cultura da cidade.
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A trajetória de Jacy Guarany é mesmo digna de um filme. Cearense, sargento da FAB, Jacy chega à Petrópolis no ano de 1926 para consertar um avião que havia caído no bairro da Mosela. Após esse episódio pitoresco, Jacy simpatiza com a cidade onde acaba formando família e fixando residência. Com os conhecimentos em eletrônica adquiridos durante a vida militar, contribui para o desenvolvimento da Petrópolis Rádio Difusora.
Já seu filho, Gilberto Guarany, narrador das histórias, também é um personagem altamente interessante na cultura petropolitana. Seguindo os passos do pai, desde as exibições de cinema onde também aprendeu a mexer nos equipamentos, Guarany teve uma longa jornada com aparelhos de áudio e sonorização chegando a fundar a equipe de som Furacão 2000, importante nome na divulgação da cultura funk no Brasil, na década de 1970.
As descobertas das histórias contadas por Gilberto suscitam várias memórias acerca da história do Rádio e do Cinema em Petrópolis, pouco divulgadas até então e que são peças importantes para o reconhecimento da cidade como efervescente polo cultural no estado no século XX.
“Gilberto é uma figura ímpar na história do entretenimento fluminense e tem como arcabouço toda experiência adquirida na íntima relação que estabeleceu com seu pai. Sua vivência com o aparecimento, desenvolvimento, desaparecimento e superação das tecnologias, nos levam a entender como o passado atua na construção do presente. Jacy, por sua vez, foi uma espécie de “Professor Pardal”, inquieto e inventivo, que ousou construir sua produtora em uma cidade semi rural e imageticamente explorada por grandes empresas da cinematografia nacional, o que faz dos dois personagens importantíssimos no resgate de nossa história audiovisual”, comenta Aline Castella, produtora executiva do projeto e diretora do filme.
Jacy Guarany mostra o rádio PRD-3 a Getúlio Vargas
Essas e mais histórias poderão ser conhecidas com o documentário que começa a ser filmado esta semana e usará como cenários o Palácio Quitandinha e a Praça da Liberdade, entre outros pontos chave dos acontecimentos registrados. O lançamento em exibição pública e gratuita está previsto para novembro desse ano.
O filme foi selecionado pelo Edital de Concurso nº 01/2019 – Seleção de Projetos Artísticos Culturais do IMCE- Instituto Municipal de Cultura e Esportes da Prefeitura de Petrópolis, financiado pelo Fundo Municipal de Cultura.
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