• Greve de carteiros paralisa cerca de 70% das atividades dos Correios em todo o país

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  • 13/03/2018 11:00

    Funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), de 22 estados do país, aderiram a uma greve parcial, anunciada na noite de domingo. Em Petrópolis, cerca de 70% dos funcionários da área de distribuição estão paralisados. As agências principais e as franqueadas continuam oferecendo os demais serviços. 

    Os trabalhadores são contra mudanças no plano de saúde da empresa, que prevê o pagamento das mensalidades pelos funcionários e a retirada de dependentes dos contratos. De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a empresa propõe que o reajuste do benefício seja feito conforme a idade, com isso, as mensalidades podem ficar acima de R$ 900. 

    De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores, a mudança descumpre a cláusula 28 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), válido até julho. Além disso são contra as alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), a terceirização na área de tratamento, a privatização da estatal, suspensão das férias dos trabalhadores, como em 2017, a extinção do diferencial de mercado e contra a redução do salário da área administrativa.

    Na cidade, estão paralisados os Centros de Distribuição Domiciliária (CDD) que ficam em Itaipava e no Centro, e o Centro de Entrega de Encomendas (CEE), na Mosela. “Essa paralisação é necessária porque descumpre o acordo coletivo de trabalho em vigor. A população está sendo prejudicada, e nós nos desculpamos por isso, mas é necessário que os funcionários trabalhem em melhores condições”, disse o secretário do interior do Sintect-RJ, Leônidas da Silva.

    Segundo o secretário, assim como em outras cidades, em Petrópolis também faltam funcionários, e por isso, as entregas têm sido prejudicadas. “Em dois anos tivemos dois planos de desligamentos e esse pessoal não foi reposto. O problema de atraso nas entregas é por falta de pessoal. Quando as pessoas veem os funcionários trabalhando nos fins de semana, é porque foram convocados e estão tentando desafogar a demanda”, disse.

    Ainda segundo Leônidas, para atender à demanda do município é necessária a contratação de mais 45 carteiros. Só no Rio de Janeiro, faltam cerca de 3 mil funcionários e desde 2011 não é realizado um concurso. 

    A greve coincide com o julgamento do plano de saúde dos trabalhadores no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que teve início na tarde de ontem, referente à última negociação salarial. A duração da greve depende do resultado do julgamento.

    Em nota oficial, a empresa dos Correios nega que tenha havido descumprimento do acordo coletivo de trabalho da categoria. Segundo a empresa, a mudança no plano de saúde vem sendo discutida com os trabalhadores desde outubro de 2016, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo TST, que apresentou proposta aceita pelos Correios, mas recusada pelas representações dos trabalhadores. Após diversas tentativas de acordo sem sucesso, a empresa se viu obrigada a ingressar com pedido de julgamento no TST.

    A empresa reafirmou que a empresa tem passado por uma grave crise financeira, fruto da queda expressiva do volume de correspondências, objeto de monopólio, e da falta de investimentos em novos negócios, nos últimos anos, que garantissem não só a competitividade, mas também a sustentabilidade da empresa.

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