• Via Láctea

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  • 25/04/2016 11:30

    Palavras-chave: O Fio da Navalha, Ganges, Mahabodhi, Via Láctea. 

    O Fio da Navalha – The Razor's Edge (no Brasil: O Fio da Navalha) é um filme estadunidense de 1946, do gênero drama, dirigido por Edmund Goulding, e com roteiro baseado em romance de William Somerset Maugham de mesmo título. Larry Darrell (Tyrone Power), jovem americano, veterano de Guerra, fica inquieto devido a uma insatisfação interior constante e viaja para a França e, depois, para a Índia, para buscar um significado para sua vida;

    Ganges – O rio Ganges, também conhecido como rio Benares, é um dos principais rios da Índia e um dos vinte maiores do mundo em volume de água. Com 2510 km de extensão, nasce no Himalaia ocidental. Desde muito tempo é considerado um rio sagrado para os hindus, que o veneram na forma da deusa Ganga, e também possui um grande valor histórico;

    Mahabodhi – O Templo Mahabodhi (Templo do Grande Despertar) é um templo budista localizado em Bodhgaya ou Bodh Gaya, na Índia, o local onde Siddhartha Gautama atingiu a iluminação, tornando-se Buda. De acordo com a tradição, em torno de 530 a.C. Siddharta, então um monge peregrino, chegou às margens do rio Falgu, perto da cidade de Gaya. Ali ele sentou-se em meditação sob uma figueira (Ficus religiosa), que mais tarde veio a ser conhecida como a Árvore Bodhi;

    Via Láctea –  A Via Láctea é uma galáxia espiral da qual o Sistema Solar faz parte. Vista da Terra, aparece como uma faixa brilhante e difusa que circunda toda a esfera celeste. Há tempos a humanidade buscou descrever a natureza da galáxia, sendo esta referida em inúmeras lendas e mitos entre vários povos. Constatou-se que a faixa brilhante de aspecto leitoso (a partir do qual seu nome derivou-se) se tratava de um grande conjunto de estrelas a partir das observações de Galileu Galilei utilizando um telescópio. 

    Narrativa: certa vez assisti ao filme O Fio da Navalha e resolvi seguir o mesmo caminho do principal ator e fui à Índia. Lá chegando resolvi ir até Calcutá e tomar um banho no rio Ganges. Procurei o local onde o rio Hugli descarrega as suas águas na baía de Bengala e que denomina-se Ganga Sagar ("oceano do Ganges"). Este sítio é sagrado para os hindus, que consideram que uma imersão no local tem grande significado religioso. Após alguns dias em Calcutá, fui visitar o templo Mahabodhi. Quando estava meditando sobre um tablado embaixo da árvore Maha Bodhi, aproximou-se um ancião, vestido como um monge. Sentou-se ao meu lado e após me fitar durante alguns minutos, começou a contar um conto aqui resumido. 

    – Depois da criação do mundo, Deus pôs na Terra uma bela jovem e confiou a seus cuidados todos os pássaros que voam sob o céu. Era Lindu, a doce filha de Ukko, que conhecia as rotas migratórias de todas as aves: de onde vêm na primavera e para onde se dirigem no outono, designando a cada qual o lugar onde deveria habitar. Pelas suas qualidades todos desejavam tê-la como esposa. Assim entre os pretendentes chegaram a Estrela Polar, a Lua, o Sol e a Aurora Boreal. Destes Lindu escolheu o último. Então, festejaram seu compromisso, mas o noivo teve que partir, pois era obrigado a voltar ao Norte à meia noite. Lindu, assim, ficou a espera do noivo e começou a sentir-se angustiada. Desesperada, esqueceu-se dos pássaros que ficaram desorientados sem saber para onde voar nem onde encontrar alimento. O vento com pena de Lindu, tomou-a suavemente em seus braços e levou-a para longe das misérias deste mundo, deixando-a no firmamento, no céu azul. Ali morou ela desde então e o seu véu de noiva se estende de uma extremidade a outra do céu. A ela os homens chamam Via Láctea. Assim, o sábio terminou o seu conto e para mim a porta se abriu, mostrando que, como os pássaros, você não é, você está!

    achugueney@gmail.com

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