• Velocidade, sim, mas no mundo virtual

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  • 03/08/2020 13:04

    A pandemia parou campeonatos e competições em vários esportes. Mas, no mundo virtual, as disputas não só não pararam, como também ganharam mais visibilidade. O Automobilismo Virtual (AV) é um exemplo disso. O petropolitano Iuri Soares, piloto da equipe VMTR, tem intensificado os treinos e na última semana participou de uma etapa do Multcup Session 8. Ele garante que, para quem não conhece o esporte, as corridas virtuais têm tanta adrenalina quanto as corridas reais. 

    O piloto pode estar dentro do conforto do lar, mas a sensação de pilotar um carro real é a mesma. As corridas virtuais atraem não só o público online, mas, durante a pandemia, contou com a participação também de pilotos acostumado à velocidade real nas pistas. Para eles, é uma forma de treinar e participar das competições. 

    Iuri tem 21 anos e pilota desde os 15. Começou de forma amadora. Participou de uma competição por curiosidade, ganhou destaque e foi convidado para integrar a equipe VMTR, da qual faz parte até hoje. “Sempre gostei de carros. Meu pai trabalhou quase 20 anos como mecânico, então sempre acompanhei. Daí veio a vontade de ser piloto de verdade, mas é um esporte muito caro, então só observava. Um amigo do meu pai, que hoje é chefe de equipe, que me deu a ideia de começar a pilotar no mundo virtual com um simulador”, contou.

    Mas ainda assim, todo o equipamento que compõe o chamado cockpit gamer não é barato. Iuri levou quase um ano pra conseguir montar todo o equipamento. E, hoje, quem o ajuda a fazer os ajustes é o seu pai, que é mecânico não só no real, mas aprendeu também a ajudá-lo no mundo virtual. “Tem a questão de configuração de carro, setup, que meu pai me ajuda. O que precisa mexer de acordo com a pista, pressão do pneu, ajuste de carro, altura, suspensão, é tudo com ele. Meu pai é como se fosse meu engenheiro”, contou. 

    O jovem piloto trabalha como manobrista, e concilia os treinos nos horários livres. Os treinos são focados não só em baixar o tempo, mas na duração do carro na corrida. “Eu piloto de tudo, mas a minha especialidade é o turismo, que são carros de rua modificados para corrida”, explicou. 

    As competições são transmitidas ao vivo nos portais e nos canais de AV no youtube. Diferente da temporada de competições reais da Fórmula 1, por exemplo, que ocorre durante todo o ano, o AV trabalha com três a quatro temporadas no ano. Iuri soma 4 títulos até agora, nos campeonatos Nascar Truck, em 2018, Puma Challenge, Montana na Multcup e Metalmoro Mr18.

    “Durante a pandemia percebi que teve um aumento de visualibilidade desses esportes, até pilotos reais passaram a participar e correr também. O público passou a ter uma outra visão em relação aos jogos virtuais. Tem até competição mundial, não é diferente de outros esportes”. Essa exposição atraiu também o público feminino, Iuri contou que sua esposa também tem participado de competições exclusivamente femininas. “É um campeonato amador, mas a rivalidade é como em qualquer disputa”, disse. 

    O piloto tem um canal no youtube, onde divulga os vídeos das corridas com a câmera onboard (câmera interna) para que o público possa acompanhar cada detalhe. “Faço isso para que o público acompanhe a minha pilotagem e o desafio que tenho a cada ultrapassagem”, disse.

     

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