• Uma festa para o Maestro

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  • 15/03/2017 12:00

    Este sábado, 18 de março, é dia de festejar o aniversário do filho caçula de Francisco Antonio e Anna Adelaide, dia de comemorar os 103 anos do grande maestro petropolitano César Guerra-Peixe. Naquele março de 1914, enquanto a Europa se tornava palco do primeiro grande conflito mundial, em Petrópolis entrava em cena aquele que se tornaria um dos maiores brasileiros do século XX, como bem definiu um de seus alunos e admiradores.

    Nascidos na Beira, região noroeste de Portugal, os Guerra-Peixe chegaram a Petrópolis ainda na década de 1890. O pai era ferrador de cavalos e “curativo de animais”, e montou uma oficina na rua da feira. Músico amador, tocava violão, bandolim, guitarra portuguesa, sanfona de oito baixos e cítara. A mãe, enquanto cuidava dos afazeres domésticos e dos dez filhos e filhas, ouvia música clássica o dia inteiro – o menino adorava e guardou essa memória por toda a vida.

    Incentivado pelo pai, já aos seis anos o menino César experimentava o dedilhado no violão; aos sete aprendia sozinho a tocar o bandolim e, aos oito, o violino. Já nessa época acompanhava o pai tomando parte nos “choros” populares que se apresentavam no carnaval de sua cidade natal e, também, em conjuntos típicos em localidades do Estado do Rio e Minas Gerais. 

    Em 1923, aos nove anos, César Guerra-Peixe iniciou seus estudos de piano na Escola de Música Santa Cecília, sempre com o incentivo dos pais e amigos da família. Nesse mesmo ano falecia o fundador da Escola, o maestro pernambucano Paulo Carneiro, que havia chegado em Petrópolis na mesma época em que vieram os Guerra-Peixe. Com uma trajetória brilhante, que o levou do interior de Pernambuco à Corte no Rio de Janeiro, o maestro foi um dos grandes incentivadores da música na cidade que adotou, promovendo o ensino musical tanto para os filhos e filhas da nobreza, como para as famílias da classe trabalhadora que não tinham condição de pagar pelo estudo de suas crianças.

    Esse era o caso do menino César, aluno assíduo e aplicado que, depois de receber diversos prêmios por seu aproveitamento no estudo da música, iniciou sua vida profissional aos 15 anos tornando-se professor de violino na escola fundada por Paulo Carneiro. Nesse mesmo período Guerra-Peixe também trabalhou como violinista nas sessões de cinema mudo do Cine Glória, no centro de Petrópolis, em casamentos e batizados, e teve breve experiência como aprendiz nas oficinas de móveis da Casa Gelli.

    Assim começou a história do maior músico e compositor petropolitano, pesquisador e arranjador de renome internacional, um dos grandes brasileiros de todos os tempos. Hoje, aquele menino travesso apaixonado pela música empresta seu nome ao evento que homenageia, a cada ano, os destaques da cena cultural em nossa cidade – o Prêmio Maestro Guerra-Peixe de Cultura.

    Viva a Cultura! Viva a Música! Viva Guerra-Peixe!

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