• Uma escola que nos ensine a viver na contemporaneidade

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  • 14/07/2020 12:00
    Quando falamos da educação e das matérias ensinadas na escola, recordamos das matérias básicas e essenciais. Mas eu questiono, por qual razão ainda não debatemos a inserção de disciplinas que respaldam os desafios dos jovens adultos em seu cotidiano? Na minha percepção, a mesma importância que damos a matérias como matemática e português deveria ser dada a disciplinas que tratem da educação financeira e a gestão doméstica.
     
    Neste momento de crise, onde a escassez de recursos é algo que faz parte do nosso cotidiano, o conhecimento de como cuidar dos recursos disponíveis em nosso lar, tal como o entendimento de como podemos pagar todas as nossas despesas mensais, é essencial. O ensinamento destas questões ainda vai além, porque os cidadãos preparados para os desafios que se apresentam na vida adulta tem mais capacidade de contribuir de forma positiva para nossa economia local.
     
    Alguns anos atrás, um vídeo de um influenciador britânico ganhou o mundo. Na música, composta por ele, o artista apresentava os desafios que havia enfrentado ao terminar o ensino médio e afirmava que nada daquilo foi ensinado no sistema educacional. E este questionamento é válido. É claro que são indispensáveis as disciplinas que atualmente compõem o currículo escolar, mas precisamos ir além do que o básico. Precisamos realmente preparar os jovens para o seu futuro.
     
    É importante salientar que este tipo de disciplina não dispensa o conhecimento técnico que, novamente, afirmo a importância de existir no ensino médio, como é o caso de formações em tecnologia, turismo e em outras áreas que dispõe de mercado no município. Mas, as disciplinas que auxiliem na gestão do seu cotidiano, deveriam ser ensinadas concomitante às outras. Somente assim, o aluno que se formar poderá estar disposto a enfrentar os seus próximos desafios, como é a conquista do seu ensino superior.
     
    Não é incomum deparar com pessoas que encontram inúmeras dificuldades quando decidem criar a sua própria empresa, que não sabem elaborar um planejamento financeiro domiciliar, que não conseguem entender quais são suas obrigações e deveres como cidadão. Estes pequenos entraves, por mais que aparentam ser simplórios para alguns, são grandes barreiras para boa parte da população.
     
    Esse debate não é algo que foge do que é pensado para o sistema educacional no mundo inteiro e condiz com práticas adotadas por inúmeras instituições de outros países: como colégios nos EUA e Coréia do Sul, países altamente desenvolvidos. Porém, está longe de ser uma regra, por mais que o mundo de hoje abre inúmeras portas para quem deseja inovar ou utilizar as ferramentas disponíveis para ter uma melhor gestão de seus recursos, fazendo com que o salário dure até o final do mês, ainda há muito desconhecimento de como podemos botar em prática essa administração pessoal.
     
    E, assim, como um efeito dominó, a falta de conhecimento de gestão pessoal faz se tornar incompreensível a grande variedade de investimentos possíveis hoje em dia no mercado brasileiro. E, com a baixa de juros e incentivos, comuns nesta gestão do Ministério da Economia, muitos brasileiros ainda não entendem como e quando podem investir, se a poupança, que guardam com tanto esmero, ainda é um investimento viável. Desta maneira, observamos outra grande diferença entre aqueles que têm o acesso a informação privilegiada, seja pela sua educação em casa ou experiências pessoais, daqueles que poderiam contribuir mais com a nossa economia e, por desconhecimento, não o praticam. Enfim, na minha análise, a escola deve formar profissionais, cidadãos e pessoas capazes de viver em um mundo onde o conhecimento de gestão pessoal e economia são alicerces do nosso cotidiano.

     

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