• Um prédio em pedaços

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  • 10/01/2018 11:25

    Há dias, fiz escrever, após leitura da obra de lavra do eminente advogado Sylvio Vianna Freire, denominada “Aconteceu na Câmara-Reminiscências de um Taquígrafo”, que de maneira singular chefiou a Diretoria-Geral do Legislativo Federal ao tempo, inclusive, em que o mesmo funcionava no local onde atualmente se encontra sediada a Assembleia Legislativa do nosso Estado, aproveitando para bater palmas quando o mesmo deixou consignado, em passado longínquo, ou seja, idos de 1996:

    “Temos que criar no Brasil, ao lado do progresso inevitável e benéfico, o acatamento por tudo que assinala a evolução da nação através dos tempos. Isso o fazem todos os países do chamado pretensiosamente Primeiro Mundo e, se queremos chegar até eles, temos de olhar para o presente e o futuro, honrando e respeitando o passado”.

    Pois bem, havia prometido a mim mesmo que em momento algum voltaria a escrever sobre o assunto objeto destas linhas; todavia, da janela de minha sala de trabalho vislumbro, diariamente, com tristeza e não sei relatar quais outros adjetivos mais propícios e aplicáveis, no tocante ao “desmonte” que vem se operando relativamente ao prédio do Banco do Brasil, esquina da Rua Alencar Lima com a Rua do Imperador.

    Entretanto, na última sexta feira, 4 do mês corrente, contei pousados na expectativa de certamente adentrarem no prédio, uma dezena de pombos, eis que aberta uma das janelas da edificação, tendo passado pela minha cabeça o estado em que se encontra o interior da mesma, patrimônio cultural e arquitetônico desta nossa terra que tanto luta por causa tão nobre.

    Parafraseando Sylvio Vianna Freire, que por anos veraneou nesta cidade, se vivo estivesse estaria perplexo em assistir tão lamentável degradação do patrimônio público, da mesma forma como todos nós, petropolitanos ou não, que amamos nossa cidade.

    Esqueceram-se, certamente, os responsáveis pela dilapidação da edificação a propósito da lição do mestre Sylvio: “… se queremos chegar até eles, temos de olhar para o presente e o futuro, honrando e respeitando o passado”.

    A verdade é que o prédio foi abandonado e bem assim o que representou para nossa terra; só fico a meditar com relação àqueles que ali trabalharam e que vivem em Petrópolis e ao olharem para o seu antigo local de trabalho, o que pensam? 

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