• Toque de recolher da Prefeitura divide opiniões: comerciantes falam em prejuízos

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  • 27/05/2019 18:20

    O toque de recolher imposto pela Prefeitura determinando que os bares nas ruas 13 de Maio e Nelson de Sá Earp, no Centro, fechem a meia noite e reabram apenas depois das 7h dividiu opiniões. Os moradores, que perdem noites de sono devido as frequentes registros de violência, aplaudiram a medida do governo. Já os comerciantes falam em prejuízos e falam em demissões.

    “Tenho 27 funcionários, todos com carteira assinada, se essa medida for mantida, terei que readequar meu quadro de plantões e provavelmente não sei se vou conseguir manter todos. Só no sábado tive uma queda de 40% no faturamento. Preciso ter como cumprir com os meus compromissos”, disse o comerciante Augusto Pellegrini.

    O comerciante contou que a medida da Prefeitura chegou oficialmente para ele às 23h do sábado. “Tive o inconveniente de mandar meus clientes embora porque só fui comunicado uma hora antes de ser obrigado a fechar as portas. Durante o dia, tive um cancelamento de uma mesa de 15 pessoas. O cliente me perguntou: teremos que ir embora a meia noite? Se for assim vou cancelar a reserva”, contou.

    Veja também: Juiz marca reunião com comerciantes da 13 de Maio e representantes da segurança pública

    Augusto ressalta que se a restrição de horário for mantida ela deve se estender por toda a cidade, ou pelo menos nos bares do Centro. “Os meus clientes saíram daqui a meia noite e foram para os outros bares e restaurantes há 100, 200, 500 metros que podem funcionar a noite toda. Não é justo só os comerciantes da 13 de Maio serem prejudicados”, frisou Augusto.  

    Marcelo Meira, proprietário de um bar na Rua Nelson de Sá Earp que também sofreu as restrições de horário, também fala em prejuízos e redução da quantidade de clientes. “Desde janeiro quando houve um choque de ordem devido a confusão durante a programação de Natal já tivemos uma redução de clientes. Não é bom para gente essas cenas de violência, mas o comerciante também não pode ser prejudicado”, disse o comerciante.

    Para os comerciantes é preciso intensificar o policiamento para evitar que cenas de violência se repitam. “A polícia tem que estar na rua. Uma viatura tem que estar baseada aqui porque os problemas acontecem de madrugada, geralmente depois das quatro da manhã quando quase todos os bares já estão fechados”, comentou Augusto.

    Já os moradores da 13 de Maio aplaudiram a medida adotada pela Prefeitura. Para ele, é a garantia do silêncio e o fim das brigas durante a madrugada. “A decisão foi perfeita. A Polícia Militar não tinha controle e sempre falamos que a única coisa que daria certo era impor horário de fechamento dos bares. Se tudo estiver fechado as pessoas não vão ficar na rua e vão embora”, comemorou um morador, que preferiu não se identificar.

    Ele disse que mora na 13 de Maio há mais de 35 anos, mas que há dois anos as confusões e brigas se tornaram frequentes. “Da minha casa eu escuto tudo. É baderna a noite toda. No sábado, depois que a Prefeitura veio e todos tiveram que fechar foi um alívio”, disse o morador. Os frequentes casos de violência já vem sendo denunciados pelos moradores nos últimos. Além da polícia, uma denúncia no Ministério Público também foi feita.

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