• Tocha Olímpica: história e tradição juntas no dia 29 de julho em Petrópolis

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  • 24/05/2016 18:30

    Com um ar sereno, Pedro Carlos de Orleans e Bragança recebeu a reportagem da Tribuna para falar sobre a emoção e, por que não, os preparativos para ser um dos que vão carregar a Tocha Olímpica no dia 29 de julho. Irmão mais velho da Família Imperial que reside em Petrópolis, ele é engenheiro ambientalista com muita história para contar, inclusive um apaixonado pelo esporte. Porém, não esconde seu lado crítico e é uma pessoa preocupada com o Brasil, pois espera que os Jogos Olímpicos de 2016 impulsionem uma nova geração que mude o país.

    Em uma sala reservada do Grão-Pará, residência cujo nome foi batizado por Pedro Alcântara quando este retornou ao Brasil após o exílio, Pedro conversou com o repórter. Com a tranquilidade de quem fez muito ao longo da vida – nasceu em um hospital no Rio, mas de imediato viveu em Petrópolis até os 17 anos -, ele tem uma opinião formada sobre as condições em que o país sediará o maior evento esportivo do mundo. Para ele, o momento econômico e social atual vai na contramão de uma olimpíada. Ele não se coloca contra os Jogos em si. A questão é a quantidade de dinheiro jorrado num cenário financeiro conturbado.

    “Faço voto para que os Jogos Olímpicos sejam realmente um sucesso. Sabemos, por outro lado, que o Brasil tem inúmeras carências, tanto na área médica quanto na educacional e se esse dinheiro empregado nas competições tivesse esse destino tudo seria bem melhor. De qualquer forma, esperamos que essa Olimpíada transforme uma geração de jovens, que usem o caminho do esporte como um desenvolvimento nacional”, declarou Pedro, que aposta que o legado olímpico transforme essa nação em algo produtivo e sustentável.

    Habilidoso com as palavras,  Pedro fez uma comparação com o esforço descomunal dos brasileiros em sobreviver aos dias atuais com a prova mais longa do atletismo olímpico. Na sua opinião, o brasileiro é um “maratonista nato”, já que percorre todos os dias trajetórias longas em luta pelo pão nosso de cada dia em uma prova de sobrevivência. Ressaltou, ainda, que o povo tem sido sábio em contribuir para que a nação seja melhor a cada dia. “Essa maratona do cotidiano é uma coisa própria do brasileiro. Sabe que precisa lutar com garra para se tornar melhor a cada dia, seja lá a área que escolher. Essa analogia esportiva cabe perfeitamente com os brasileiros”, acrescentou.

    Contusão inesperada quase o afasta da tocha –  Sobre carregar a tocha olímpica, um dos já quatro escolhidos não esconde a felicidade, um momento histórico para ele erguer o símbolo olímpico.  Pedro prevê que, no momento em que erguer esse símbolo, a história de sua família deverá passar por sua cabeça. “Sem dúvida, fico imaginando o que vai passar por minha cabeça quando estiver carregando a tocha. Certamente, a história da minha família vai contar muito, tudo aquilo que passei durante todos esses anos em Petrópolis. Será uma honra enorme, uma emoção bastante diferente”, afirma categórico, que apesar do acidente sofrido em 2015 quando passeava em Portugal, tendo sofrido fratura no fêmur, está fazendo “treinos” leves como caminhadas.

    O esporte está presente na sua vida. Quando estudava no Colégio São José, no Rio de Janeiro, praticou o vôlei e disse gostar de futebol – é torcedor do Vasco. Atualmente, pratica tiro ao alvo com espingarda de pressão. E garante que vai acompanhar os Jogos Olímpicos torcendo pelo Brasil. Acredita que o país poderá ter sucesso em modalidades como o tiro com arco, vôlei feminino e a vela. O engenheiro ambiental com mestrado na Inglaterra sonha, de fato, com um Brasil não apenas repleto de medalhas como também no lugar mais alto do pódio na parte social e econômica.

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