• Terreno da Secretaria de Obras pode se transformar em foco de mosquitos

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  • 01/04/2016 12:00

    Os focos de dengue em departamentos públicos voltam a ser denunciado pelos petropolitanos que residem na vizinhança. A falta de capina, telhas quebradas e materiais espalhados no galpão que pertence à Secretaria de Obras incomoda os moradores da região. O local fica na rua Bingen e dá acesso à Vila Militar. A moradora da casa 327 contou que já esteve diversas vezes no local fazendo reclamações e pedindo para que o espaço fosse cuidado, porém não obteve sucesso. Além da infestação de insetos, cobras já apareceram na região.

    Segundo Marcela Taboada, que é vizinha de parede do terreno, sempre que há limpeza no local é por meio de muita insistência, quando não é feita pelo primo. “Meu pai já limpou o terreno diversas vezes e agora, da última vez, a limpeza foi feita pelo meu primo. Vou lá e não adianta nada. Às vezes, quando reclamamos muito, passam uma foice”, conta.

    Marcela contou que além das janelas terem que ficar fechadas constantemente devido aos mosquitos, cobras também já apareceram na sua casa. Apesar disso, a maior preocupação é a proliferação de aedes aegypti no local. “O telhado próximo ao meu muro fica cheio de coisas jogadas que acumulam água. Já o telhado desta casa ao lado está quebrado há um tempo e não sei como está a situação lá dentro, porque vive fechada. A única coisa que eu quero é que limpem”, afirma. 

    O pai de Marcela, Altamiro Taboada, contou que a última fiscalização do galpão foi feita pelos militares do Exército durante a campanha de combate ao aedes. “Pediram para tirar os pneus espalhados e eles os queimaram. Se a capina não for feita chega a fechar o caminho para a casa do meu sobrinho”, fala.



    Problemas também em Cascatinha


    O descarte irregular de entulho na rua Spartaco Banal, no Cascatinha, preocupa os moradores da região. Ao lado das caçambas há uma grande quantidade de restos de obras, móveis e mato misturado com o lixo domiciliar, que já está sendo deixado no chão. O problema é o mesmo das outras lixeiras da cidade: mau cheiro, infestação de insetos e roedores e muitos objetos que acumulam água parada expostos ao tempo. De acordo com os moradores, na rua há várias pessoas infectadas com a dengue e as reclamações quanto ao descarte já foram feitas junto aos órgãos públicos.

    Com o acúmulo de lixo e entulho, os moradores contaram que pessoas têm colocado fogo nas caixas coletoras e também no entulho. Há casas próximas à lixeira e as chamas já quase chegaram em uma delas durante a madrugada. “Tenho medo que o fogo chegue na minha casa de novo, da outra vez faltou pouco e só conseguimos apagar porque uma vizinha ajudou. Às vezes acordo respirando fumaça, porque é sempre durante a madrugada que colocam fogo”, disse Sheila Torres, que mora próximo às caçambas. 

    Anteriormente a lixeira ficava a cerca de 100m, porém uma construção foi erguida no antigo local e as caixas coletoras foram postas no início da rua, onde há uma curva. Para os moradores, este não é o lugar ideal, já que os descartes tomaram o lugar de uma calçada e a outra é muito estreita. Hazael da Silva Mattos mora em frente à lixeira e, para ele, as caçambas estão em um local inapropriado para ter uma lixeira. “Ela está em plena curva e há poucos dias minha filha quase foi atropelada tentando jogar o lixo fora”, conta. 

    No entanto, a maior preocupação dos moradores é com o perigo das doenças transmitidas pelo aedes e também pelo risco da contração de leptospirose. Na encosta próxima à lixeira podem ser vistos diversos buracos feitos por roedores. “Os ratos caminham pela rua a partir das 18h e é uma quantidade muito grande. Já fiz reclamações na Comdep e também no Ministério Público, mas nada ainda”, disse Hazael, que ainda contou que a mãe que não sai mais de casa está com dengue. “Minha mãe tem 77 anos e desde a última sexta-feira apresenta sintomas da dengue. Na quarta o caso foi comprovado por meio de um exame de sangue. 

    Em nota, a Comdep informou que a destinação do entulho é de responsabilidade do proprietário do material e lamenta que essa prática ainda é comum. De acordo com o Código de Posturas, “os entulhos de obras, construções e reformas são de responsabilidade da fonte geradora, cabendo à mesma o acondicionamento, o transporte e a sua destinação final, sem que comprometa a limpeza pública e o meio ambiente”. A Companhia informa ainda que o descarte é proibido e o autor pode ser penalizado com multas que variam de R$ 200 a R$ 800. As denúncias podem ser feitas pelos telefones (24) 2292-9500 ou (24) 9-8881-0099 (WhatsApp).

    Em relação à lixeira, a Comdep informa que enviará uma equipe ao local para averiguar a situação e a possível realocação do equipamento.

    O serviço de desratização em área pública é realizado pela Vigilância Sanitária e pode ser solicitado pelo telefone 2291-1594.


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