• Tecnologia vira ferramenta de prevenção

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  • 24/12/2017 08:00

    O verão, para muita gente, é sinônimo de férias, viagens e curtição. Mas para quem mora em áreas de risco, a estação mais quente do ano representa uma verdadeira ameaça. É neste período que as chuvas mais intensas do ano castigam as cidades serranas anualmente. E para os próximos meses a previsão não é diferente. Por conta disso, enquanto os órgãos públicos trabalham para reduzir o número de vítimas desses desastres, muita gente também tem procurado fazer a sua parte, utilizando a tecnologia como ferramenta de prevenção. 

    Hoje a cidade tem mais de 18 sirenes instaladas em dez comunidades com áreas de risco como no morro do Estado na 24 de Maio, o morro dos Ferroviários no Alto da Serra, a Rua João Xavier, no Bingen, a Rua Ó no Independência, entre outras localidades. O número pode parecer grande, mas o problema é que todas elas ficam no primeiro distrito, com exceção do Vale do Cuiabá, que conta com uma sirene de monitoramento do rio. E além disso a cidade tem mais de 40 mil pessoas vivendo em regiões vulneráveis, que muitas das vezes ainda não contam com esse tipo de equipamento, como no bairro Nossa Senhora de Fátima, na Posse. Nos últimos dez anos pelo menos duas pessoas morreram soterradas na localidade – ambas eram crianças, e estavam dentro de casa. Para não passar mais por isso o jovem Gabriel Pereira Neves, de 18 anos, resolveu inovar.

    Ele e um amigo, que mora no Vale da Lua, em Itaipava, criaram um grupo no WhatsApp para monitorar o tempo. A mecânica é simples: eles acompanham a situação do tempo de onde estão, e contam com ajuda de uma rede de amigos espalhados pela cidade, que postam informações atualizadas sobre o tempo. “Já que não contamos com as sirenes nós temos que dar um jeito com o que podemos. Pelo grupo nós postamos fotos e vídeos do tempo e lá todos interagem. Com isso sabemos se está chovendo muito ou não, podendo comparar com outros bairros da cidade. No meu caso, tem pessoas que moram aqui no bairro e que estão no grupo. Aí elas falam: 'Gabriel, está descendo muita lama aqui em cima', então eu já sei que essa água toda alguma hora vai chegar aqui em baixo, podendo provocar algum problema. Daí avisamos aos moradores pelo grupo, e eles se preparam”, explicou o jovem. 

    O grupo conta também com participantes de áreas que não são consideradas de risco, mas que ficam próximas de rios como na Estrada União Indústria, em Pedro do Rio. “Tem um amigo meu que é de Sete Casas, em Pedro do Rio. Ele sempre posta foto do nível do rio lá, e um outro posta lá de Corrêas. Então sabemos que quando o rio sobe em Corrêas, lá em Pedro do Rio subirá algumas horas depois. Nesse meio tempo as pessoas podem se preparar, retirar as coisas das partes baixas das casas, etc”, completou. 

    Esse tipo de iniciativa, como a de Gabriel, tem sido cada vez mais comum – não necessariamente em grupos específicos para isso. O fato é que as redes sociais e o avanço da tecnologia têm facilitado muito a prevenção desses desastres. A Defesa Civil, por exemplo, utiliza o sistema de mensagens SMS de celular para informar aos moradores sobre o risco de deslizamentos ou alagamentos. “Eu mesmo sou cadastrado e recebo sempre. É muto bom porque é uma ferramenta e tanto, e para eles não custa quase nada. É só monitorar e enviar os alertas pelo computador”, disse Gabriel. 


    Como receber os alertas 

    O serviço de alerta por SMS que antes era restrito às áreas consideradas de risco agora estão disponíveis para todo o Estado do Rio de Janeiro, com ênfase na região serrana. O serviço é gratuito e não precisa de internet. Os interessados devem enviar uma mensagem para o número 40199, posteriormente informando o número do CPF. 

    “As Defesas Civis dos municípios vão ter acesso livre ao sistema. E quando detectarem que seja necessário poderão fazer o alerta à população daquela cidade ou região, por meio di CEP”, disse o Secretário Estadual de Defesa Civil, Roberto Robadey. 



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