• Surto de chikungunya preocupa moradores do Meio da Serra

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  • 29/01/2019 16:48

    O verão com temperaturas acima da média e pancadas de chuva constantes trouxeram para o município um alerta a respeito do mosquito Aedes aegypti: pelo menos 20 moradores do Meio da Serra já contraíram Chikungunya apenas nas últimas duas semanas. O surto repentino da doença vem preocupando os habitantes da localidade.

    Os moradores contam que agentes de saúde da cidade têm feito ações de conscientização da prevenção no bairro. As orientações incluem regras básicas, como não deixar água parada nos pratinhos de plantas, não deixar lixo acumulado etc. Nestes casos, sempre que chove, mesmo quantidades pequenas de água parada já são o lugar perfeito para a proliferação do mosquito.

    A fase mais aguda da doença que a comerciante de 65 anos, Dora Rodrigues, teve já passou. Mas ela conta que ainda sente incômodos pelo corpo. “Tanto eu quanto minha filha tivemos. Eu já estou melhor, mas as articulações ainda incomodam bastante. Minha filha ficou coberta de manchas avermelhadas e coceira por todo o corpo. E isso é aqui na localidade toda: quando estava indo buscar ajuda médica, encontrei outras 17 pessoas, só daqui do Meio da Serra, lá no posto também, e todos procurando ajuda para o mesmo tratamento. Olha, é um horror”, disse.

    Para o comerciante André Rosa Martins, é fundamental evitar o acúmulo de lixo a manter os quintais bem cuidados. Foto: Bruno Avellar.

    O comerciante André Rosa Marins, de 47 anos, está doente há uma semana. Ele conta que não se pode fazer muita coisa nos postos de saúde da cidade. “Tem muito lixo por aqui, e também tem muita gente que não cuida dos quintais. A casa ao lado aqui está abandonada, e sempre que chove cai tudo ali pra dentro. Ali com certeza deve haver um grande foco para os mosquitos. Tem que prestar mais atenção nessas coisas, porque o negócio é sério, eu estou bem mal. Eu pensei até que fosse morrer de tanta dor”, conta.

    “O problema é que às vezes o diagnóstico também não acusa a doença, e a gente fica de mãos atadas mesmo tendo todos os sintomas. Eu estou com todos os sintomas há 15 dias já, mas infelizmente não sei o que fazer a não ser beber bastante água. Chega a ser aterrorizante”, declarou a dona de casa Maria Amélia Azevedo, de 57 anos.

    Os principais sintomas da Chikungunya são febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e atrás da vista. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Não é possível ter Chikungunya mais de uma vez, isto é, depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida. Os sintomas têm início entre dois e doze dias após a picada do mosquito. Cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas, afirma o Ministério da Saúde.

    Não existe vacina ou tratamento específico para a Chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol, dipirona e afins) e para as dores articulares (anti-inflamatórios). O órgão recomenda que o paciente tenha repouso absoluto, e que deve beber líquidos em abundância, principalmente água e isotônicos, que mantêm o organismo hidratado e mantêm os anticorpos em constante combate ao vírus.

    Segundo a prefeitura, o setor de Vigilância em Saúde recebeu oito notificações sobre casos suspeitos na região apontada, sendo dois de Petrópolis e quatro do município de Magé. Os casos passam por análise para confirmação das doenças. Assim que notificado, o setor encaminha a equipe de Vigilância Ambiental para atuar na região afetada. Os agentes fazem vistoria nas casas e orientam os moradores sobre as medidas preventivas que devem ser adotadas para evitar o surgimento dos focos do mosquito. 

    A prefeitura também informou mesmo os casos registrados em moradores do município de Magé, em virtude de influência da região para Petrópolis, os agentes atuam na localidade, fazendo panfletagem e conscientizando a população sobre ações de prevenção.

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